Desde
muito cedo, na história da humanidade, o homem constatou que todo o ambiente,
tudo aquilo que o rodeia, o próprio homem; tudo está em permanente mudança,
está sempre a alterar-se, a mudar, a tornar-se diferente; é o devir de Heráclito.
Perante a incompreensibilidade da mutabilidade ambiental, da totalidade da
mudança, da alteração diferencial; o ser humano tornou-se inseguro pelo que
procurou o desenvolvimento de constantes, se possível de constantes absolutas. Primeiro
foram os pensamentos mágicos e religiosos com deuses imutáveis e absolutamente
poderosos mas, com a evolução histórica e o consequente desenvolvimento
científico, surgiram constantes máximas absolutas como a velocidade da luz no vazio
ou a temperatura de zero graus absolutos, e tantas outras; constantes estas que
o homem definiu no sentido de tentar prever e controlar a mudança. A ciência
física procura explicar a realidade, mas precisa de definir imensas constantes
para explicar a mutabilidade; parece que em física, a mutabilidade da mudança
diferencial, se faz de modo constate, não aleatório; essa ausência de
aleatoriedade permite a previsibilidade mas a constância da mudança, explicada
pela ciência física, é criada e adequada pelo ser humano. A ciência, mais não é
do que um modelo de explicação da realidade externa; as grandezas fundamentais
como variáveis, e as constantes científicas, tomam vários tipos de proporções
matemáticas que lhes permitem modelar, compreender e prever a realidade externa
no sentido de proporcionar segurança ao ser humano. Face ao agrupamento de
grandezas variáveis e constantes científicas, cada uma destas últimas poderia
adoptar qualquer valor escolhido pelo ser humano pois, se os valores relativos das
outras constantes fossem proporcional e equitativamente alterados e adequados,
as relações quantitativas estabelecidas entre as grandezas e as constantes não
se alterariam e a racionalidade do modelo cientifico continuaria a explicar e
prever a mudança com igual exactidão proporcionando igual segurança ao ser
humano. É neste contexto que entre as designadas grandezas fundamentais da
física surge a constante de Avogadro, para a quantidade de matéria, cuja
unidade do sistema internacional é a mole com o valor aproximado de 6,023 X 1023
embora a mole, enquanto unidade de uma grandeza fundamental, seja muito
importante, o facto é que se lhe alterarmos o valor e simultaneamente efectuarmos
as alterações correspondentes aos valores relativos das outras constantes e grandezas
fundamentais, pois o resultado final do modelo científico permanecerá
inalterado e válido na sua racionalidade e previsibilidade. Acontece que se
definirmos a mole através de um factorial, pois o valor mais próximo é o
factorial de 24 (ou seja24!) já que 24! = 6,204 X 1023 na realidade
com este factorial como mole, todo o cálculo realizado em ciência física, seria
facilitado mantendo as várias proporcionalidades e racionalidade do
conhecimento científico; por outro lado, o facto de incluir as permutações ou
factoriais, como entidades explicadoras da mudança diferencial, numa grandeza
fundamental da física, iria não só permitir uma mais completa explicação da
mutabilidade finita numa realidade finita como também acrescentar novos
conhecimentos científicos capazes de proporcionar desenvolvimento e segurança
ao ser humano.
Doutor Patrício Leite, 14 de Março de 2017