Sim, todo o movimento da
vida é um movimento em direcção à sua própria sobrevivência, no entanto é
preciso considerar que há, também, em toda a vida, desde os vírus até ao ser
humano; passando pelas bactérias, fungos, vegetais e animais; um fundamento
analógico na tomada diferencial de qualquer movimento. Quando uma planta,
dotada de fototropismo para as suas folhas, ou geotropismo para as suas raízes,
se desloca em direcção à luz, ou a terrenos mais férteis, pois existe um mecanismo
de algum modo decisório, no interior dessa planta, que lhe permite, analogicamente
comparar as necessidades “sentidas” pelo seu meio interno com a satisfação,
dessas necessidades, proporcionada pelo meio externo. Uma abordagem sistémica,
destes movimentos vegetais, poderia considerar apenas a existência de reacções
bioquímicas entre substâncias da planta; mais ou menos mediadas por hormonas
vegetais, como o ácido indolacético, próprio das auxinas; e outros factores
bióticos, como a luz solar ou substâncias químicas presentes no exterior; no
entanto, é precisamente a mediação, efectuada pelas auxinas, como hormonas
vegetais, que permite distinguir um meio interno de um meio externo, portanto
distinguir um interior de um exterior. É esta distinção dualista analógica
conceptual, entre um meio interno e um meio externo, que sendo transversalmente
transposta até ao ser humano, permite a comparação psicanalógica como o
fundamento de toda a vida mental. A transposição, até ao ser humano, de uma
abordagem comportamental meramente sistémica, retiraria os fundamentos
volitivos da individualidade decisória e, por conseguinte, excluiria a cultura
da responsabilidade decisória própria da vida em comunidade. É neste contexto,
que se verifica uma analogia comparativa entre todas as teorias referentes aos
determinantes do comportamento humano, é também neste contexto, que se verifica
uma analogia comparativa entre todas as formas de psicoterapia. Assim,
atendendo à evolução tecnológica da engenharia comportamental, para afastar e
excluir o charlatanismo, seria de considerar a aplicabilidade das investigações
e estudos experimentais, às técnicas psicoterapêuticas destinadas a modificar a
conduta humana; designadamente, seria útil a aplicabilidade da metodologia dos
ensaios clínicos, às técnicas psicoterapêuticas modificadoras do comportamento;
entretanto, por semelhança com o verificado para a indústria químico –
farmacêutica, seria de acrescentar o controlo, por parte de entidades oficiais
competentes, de tais técnicas psicoterapêuticas. Segue-se um exemplo prático de
um resumo, hipotético, das características de uma psicoterapia, por semelhança
com o que ocorre para os fármacos ou medicamentos, cuja comercialização e
aplicabilidade exige aprovação por entidades oficiais competentes.
NOME DA PSICOTERAPIA: Antibanha
PRECAUÇÕES ESPECIAIS DE UTILIZAÇÃO:
LISTA DOS ACOMPANHAMENTOS:
POSOLOGIA:
MODO E VIA DE ADMINISTRAÇÃO:
PRECAUÇÕES PARTICULARES DE CONSERVAÇÃO E INDICAÇÃO DE SINAIS VISÍVEIS DE DETERIORAÇÃO DO MESMO, SE EXISTIREM
ANTIBANHA (nome comercial ou de fantasia)
NOME DA PSICOTERAPIA: Antibanha
COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E
QUANTITATIVA DAS INFORMAÇÕES ACTIVAS:
Cada dose de Antibanha é composta por um conjunto de
cinco componentes:
- Imagens internas de carácter desagradável visualizadas
- Verbalizações internas e sonorização de
ideias e pensamentos aversivos
- Estimulação aversiva sobre os vários órgãos
dos sentidos
- Crenças, emoções e atitudes
comportamentais
- Comportamentos de evitação
FORMA PSICOTERPEUTICA:
Sujeição auto e hetero
inoculada a estímulos comportamentais punitivos e aversivos de natureza
somática ou motora, imaginada, sonorizada ou verbalizada interna ou
externamente e corporalizada.
CATEGORIA PSICOTERAPEUTICA
OU TIPO DE ACTIVIDADE:
Antibanha
é uma formulação psicoterapêutica inserida na categoria das Terapias cognitivo
– comportamentais para controlo e mudança do comportamento por estratégias,
métodos e técnicas aversivas
INDICAÇÕES PSICOTERAPEUTICAS:
Antibanha
está indicado como coadjuvante ou complemento psicoterapêutico de todas as perturbações
mentais que exigem supressão de comportamentos humanos designadamente aqueles
relacionados com o controlo dos impulsos, especificamente, quando estes
envolvem o comportamento alimentar; cleptomania, piromania e outros
comportamentos similares; perturbações relacionadas com comportamentos aditivos
incluindo jogo patológico, toxicodependências e abuso de substâncias como
alcoolismo e tabagismo; parafilias e outras perturbações perversas do
comportamento sexual.
CONTRA-INDICAÇÕES E
EFEITOS SECUNDÁRIOS:
Contra indicada em doentes
com perturbações do comportamento alimentar, sobretudo restritivas ou evitativas e
relacionadas com anorexia nervosa, também contra indicada em pessoas com traços
masoquistas da personalidade assim como nos episódios activos de depressão
major, ou grave, com intensa ideação suicida organizada. Os efeitos secundários
mais frequentes são a ansiedade, eventualmente acompanhada de alguma
agressividade, por vezes violenta, secundada por sintomatologia depressiva; por
vezes, muito raramente, surgem sintomas psicóticos com ideias delirantes ou deliródes
de natureza hipocondríaca mas também psicogénica, desencadeamento de
pseudoalucinações, sobretudo relacionadas com dismorfias corporais ou franca
actividade alucinatória em pessoas previamente predispostas.
INTERACÇÕES PSICOTERAPEUTICAS:
Antibanha
interage com todas as formas de psicoterapia destinadas à mudança do
comportamento humano, tanto de natureza individual, desde terapias como a
gestalt até qualquer abordagem fundamentada, ou não, nas teorias psicanalíticas
inclusivamente, também, as restantes psicoterapias de natureza grupal, desde as
terapias psicodramáticas e grupanáliticas até as terapias familiares sistémicas.
No domínio das
estratégias cognitivo – comportamentais, Antibanha
tem interacções positivas, ou facultativas, com outras técnicas destinadas a
modificar o comportamento, incluindo as resultantes do condicionamento operante
ou a aproximação sucessiva e a modelagem comportamental; ainda neste domínio poderá,
ou não, ter interacções negativas, ou inibitórias, com técnicas terapêuticas
destinadas a diminuir e controlar emoções, como a ansiedade, mas também o
pensamento e outras estruturas cognitivas.
PRECAUÇÕES ESPECIAIS DE UTILIZAÇÃO:
A utilização de Antibanha com fins exclusivamente terapêuticos
deve ser, sempre, acompanhada pela supervisão de um médico que decidirá da sua
administração, preferencialmente, através de um psicólogo clínico ou então de
qualquer profissional de saúde qualificado, um membro da família, pessoas
íntimas ou a própria auto-administração com fins de autocontrolo comportamental.
EFEITOS EM GRÁVIDAS,
LACTENTES, CRIANÇAS, IDOSOS E DOENTES COM PATOLOGIAS ESPECIAIS:
Grávidas, lactentes, crianças,
idosos e doentes com patologias especiais constituem grupos de risco para a
utilização de Antibanha pelo que a
sua aplicação, nestas pessoas, deve revestir um cuidado especial e sempre
dependente de uma avaliação médica prévia e rigorosa cuja indicação terapêutica
formal deve revestir um carácter escrito. A utilização em lactentes e crianças
deverá ser cuidadosa de modo a não perturbar o desenvolvimento da
personalidade; nos restantes grupos de risco a utilização e aplicação de Antibanha está dependente da avaliação
médica prévia e das características patológicas próprias da pessoa sujeita a
este tratamento comportamental aversivo.
EFEITOS SOBRE A
CAPACIDADE DE CONDUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE MÁQUINAS:
A aplicação da técnica psicoterapêutica
Antibanha com rápida e intensa
modificação do comportamento pode condicionar estados, físicos e emocionais, com
diminuição da capacidade de conduzir ou utilizar maquinarias que exigem concentração
mental assim como comportamentos caracterizados por movimentos finos, precisos
e rigorosos; normalmente estes estados, físicos e mentais, têm carácter
passageiro e revertem facilmente com a interrupção da técnica ou a adequação da
sua intensidade e frequência de administração.
LISTA DOS ACOMPANHAMENTOS:
Os acompanhamentos
dependem dos órgãos dos sentidos a ser estimulados; assim, integram
frequentemente a lista de acompanhamentos, instrumentos electrónicos, ou
outros, destinados a gravar e reproduzir ruídos e sonoridades musicais constrangedoras
constituídas pela sonorização e vocalização de textos, frases e
“palavras-chave” gravadas e reproduzidas; também poderão ser utilizados blocos
de apontamentos, cadernos ou quaisquer papéis e folhas soltas com imagens e
ideias impressas; o uso de telemóveis e aparelhos electrónicos correlatos
poderá proporcionar estimulação simultaneamente acústico - verbal e imagética
adequada e capaz de ampliar os efeitos pretendidos sobre o condicionamento do
comportamento; são também de considerar outros acompanhamentos como perfumes,
ou substâncias odorizantes variadas sobretudo com carácter predominantemente repugnante
e nauseabundo, estimulantes desagradáveis do gosto ou paladar assim como
instrumentos e aparelhos capazes de estimular de forma dolorosa ou irritante os
órgãos do tacto.
POSOLOGIA:
A posologia terá de ser adequada
à pessoa e comportamento que se pretende extinguir, de um modo geral deve ser
aplicada diariamente em todas as situações de exposição a estímulos, internos
ou externos, desencadeantes dos comportamentos que se pretende modificar ou
extinguir. O número de sessões com exposições diárias e repetições voluntárias variam,
habitualmente, entre cinco a dez porém devem ser decididos e implementados,
sempre que possível, por um profissional competente ou então, nas situações de
autocontrolo comportamental, pela própria pessoa interessada.
MODO E VIA DE ADMINISTRAÇÃO:
As vias de administração
da psicoterapia Antibanha contemplam
os cinco órgãos dos sentidos (visão, audição, olfacto, tacto e gosto ou
paladar); os modos e sequências de aplicação dependem da estratégia previamente
estabelecida.
MODO DE ADMINISTRAÇÃO DA
PSICOTERAPIA:
A estratégia global de
administração pode ser iniciada partindo da estimulação exterior para o
interior ou então no sentido inverso. Quando existe um profissional competente
e capaz de administrar a psicoterapia, deve-se iniciar, partindo do exterior,
com uma explicação sobre a técnica a administrar; nas situações de autocontrolo
parte-se do interior, com o diálogo interno, para o exterior, com os
comportamentos e estímulos observáveis. A administração contempla todos os órgãos
dos sentidos; na fase inicial segue-se a seguinte sequência: visão – audição –
olfacto – gosto ou paladar – tacto, posteriormente os modos de administração
são conjugados de acordo com as necessidades.
DURAÇÃO DA PSICOTERAPIA:
Crónica, até conseguir
reduzir, ou eliminar, o comportamento indesejado; em algumas situações tem
duração vitalícia, noutras a duração depende da consecução automatizada e
duradoira da interrupção do comportamento indesejado.
INSTRUÇÕES SOBRE A
ATITUDE A TOMAR QUANDO FOR OMITIDA A ADMINISTRAÇÃO DE UMA OU MAIS DOSES
Primeiro evitar a auto
censura pelo esquecimento ou incapacidade de administração depois retomar a
técnica tão cedo quanto possível. Procurar a causa ou os estímulos e circunstâncias
que desencadearam essa omissão e tentar evitar esses estímulos; nas situações
em que a administração é efectuada por profissional competente, deve ser
iniciado um dialogo entre as partes, sobre o assunto, tendente ao
esclarecimento e resolução desse problema. Pode ser necessário readequar e
redimensionar a estratégia psicoterapêutica.
INDICAÇÃO DE COMO
SUSPENDER A PSICOTERAPIA SE A SUA SUSPENSÃO CAUSAR EFEITOS DE PRIVAÇÃO
Em princípio a terapia aversiva
cognitivo - comportamental com Antibanha
não causa efeitos de privação, em situações hipotéticas, de tal ocorrência,
devem ser procuradas alterações da estrutura cognitiva, ou perturbações da
personalidade, assim como os traços de carácter capazes de causar e condicionar
esses sintomas de privação.
MEDIDAS A ADOPTAR EM
CASO DE SOBREDOSAGEM E OU INTOXICAÇÃO, NOMEADAMENTE SINTOMAS, MEDIDAS DE
URGÊNCIA E ANTÍDOTOS
Normalmente a aplicação
de Antibanha apenas conduz à
extinção do comportamento indesejado; nas situações excessivas, de sobredosagem
ou hiperaplicação, deve ser conversado e negociado com o profissional
competente; em situações mais agudas, que colocam em risco a saúde física da
pessoa deve recorrer ao médico; em alguns casos, raramente, poderá ser
necessário recorrer a um serviço de urgência médica por causa das
consequências, orgânicas ou mentais, decorrentes de uma aplicação excessiva.
ACONSELHAMENTO AO UTENTE
PARA COMUNICAR AO SEU CUIDADOR OS EFEITOS INDESEJÁVEIS DETECTADOS E QUE NÃO
CONSTEM DO FOLHETO
Quaisquer sintomas,
efeitos, ou alterações comportamentais que a pessoa, utilizadora, relacione com
o uso de Antibanha, ainda que não
estejam previstos e descritos neste folheto, devem ser comunicados e debatidos
com o seu cuidador ou administrador da psicoterapia e, caso se proporcione, com
o médico prescritor, a fim de se proceder a uma eventual alteração da
estratégia terapêutica com respectiva integração de conhecimentos e divulgação
de âmbito mais alargado.
ACONSELHAMENTO AO UTENTE
PARA VERIFICAR O PRAZO DE VALIDADE INSCRITO NA RECOMENDAÇÃO PSICOTERAPÊUTICA
A evolução acelerada dos
conhecimentos técnicos e científicos implica que se confirmem, sempre, as datas
das recomendações psicoterapêuticas a fim de verificar a sua conformidade com
os últimos dados da ciência.
PRECAUÇÕES PARTICULARES DE CONSERVAÇÃO E INDICAÇÃO DE SINAIS VISÍVEIS DE DETERIORAÇÃO DO MESMO, SE EXISTIREM
Fundamentalmente, não
aplicável
PRECAUÇÕES ESPECIAIS
PARA A DESTRUIÇÃO DOS PRODUTOS NÃO UTILIZADOS OU DOS RESÍDUOS DERIVADOS DOS
TRATAMENTOS, QUANDO FOR CASO DISSO
Fundamentalmente, não
aplicável
DATA DA ELABORAÇÃO OU DA
ÚLTIMA REVISÃO DO FOLHETO
Elaborado em 30 de
Outubro de 2018
NOME E MORADA DO
FABRICANTE
Doutor Patrício Teixeira Leite
NOME E MORADA DO
RESPONSÁVEL PELA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Entidade Oficial - a
designar futuramente pelo Estado Português ou outro estado membro da União
Europeia
Doutor Patrício Leite, 30 de Outubro de 2018