Neutralização económica empresarial

Introdução
Tabela periódica da economia
Grupos de Necessidades
Esclarecimento sobre as necessidades
Períodos e Escassez
Breve resumo histórico do dinheiro
Concentração da moeda
Concentração dos bens económicos
Fórmulas de representação
A moeda economicamente anfotérica
A moeda economicamente tampão
Autodissociação da moeda
Valor da constante de dissociação da moeda.
Produto de dissociação da moeda
Interesse do produto de dissociação da moeda
Bens económicos oferta-e-procura
Bens económicos oferta
Bens económicos procura
Reacções oferta-procura
Titulação oferta-procura
Constantes de equilíbrio
Reacções de neutralização oferta-procura
Síntese conclusiva

Introdução
São vários modelos físicos, biológicos e, posteriormente, da epidemiologia médica, que têm tido forte aplicabilidade à investigação e estudo do mercado concorrencial global, na prevenção e controlo das crises económicas, por conseguinte, não será de descuidar uma nova abordagem económica e empresarial fundamentada em conhecimentos químicos que, primeiramente, foram aplicados em reacções químicas de titulação, ou seja, nas reacções químicas de neutralização ácido – base. Efectivamente é muito elevada, e significativa, a analogia conceptual entre as reacções químicas tipo ácido – base e as reacções do mercado, assim, se for considerado um equilíbrio dinâmico, entre a produção e o consumo, entre a oferta e a procura, pois, o resultado cognitivo conceptual constitui a base fundamental para a aplicação deste modelo químico à economia de mercado. Nesta situação analógica, os reagentes, ou seja, os produtos e serviços produzidos e oferecidos no mercado, interagem entre si, reagem para, em equilíbrio bilateral dinâmico e recíproco, assegurar a satisfação da procura e do consumo.
Ao longo do desenvolvimento histórico do pensamento económico e empresarial, vários modelos físicos têm servido, frequentemente, para fundamentar modelos económicos; desde a sua aplicação ao produto interno bruto, até as relações comerciais entre países, como ocorre, nesta ultima situação, com a aplicação do modelo gravitacional; outros economistas recentes usaram os modelos termodinâmicos clássicos; enfim, são muitas as modalidades mas, também, os modelos biológicos, como é o caso da teoria do ciclo de vida, que tem sido aplicada a produtos, empresas e, até, mercados na sua totalidade; recentemente eu próprio desenvolvi, muito breve e resumidamente, um modo de aplicar os conhecimentos da epidemiologia médica à teoria económica e empresarial; agora, fundamento aqui, um esboço sobre os conhecimentos próprios da ciência química, designadamente as reacções ácido – base, titulações, de neutralização e até, cognitivamente generalizando, oxidação – redução, com respectiva aplicação nas ciências económicas, em geral e, em particular, o mercado monetário mundial.
Num futuro, ainda não determinado, poderei eventualmente vir a desenvolver e concretizar um novo modelo econométrico, teoricamente, fundamentado nas minhas próprias descobertas matemáticas, relacionadas com a análise combinatória, probabilidades e estatística, no sentido de melhor prever, quantitativamente, as crises de mercado, recessões e depressões económicas com a respectiva evolução temporal mas também a sua resolução atempada e eficaz.

Tabela periódica da economia
A tabela periódica da química, como ciência, consiste num agrupamento bidimensional de elementos; transpondo a analogia funcional para outras ciências, designadamente económicas e empresariais, sabe-se que a base fundamental da economia são os bens económicos, por definição sempre escassos e necessários, por conseguinte, uma tabela periódica da economia é fundamental e terá de comportar duas dimensões: por um lado, um agrupamento de variáveis dimensionais assente nas necessidades; por outro lado, um agrupamento dimensional de variáveis mais periódicas que se reporta à escassez dos bens, a qual, numa economia de mercado, assume ciclos, com períodos de maior crescimento e abundância contrastando com períodos recessivos, de maior escassez e miséria.

Grupos de Necessidades
As necessidades são estados de carência do meio interno que podem ser satisfeitos a partir do meio externo. As necessidades podem ser agrupadas e, até, hierarquizadas. Para efeitos de uma tabela periódica em economia, definem-se 7 grupos de necessidades dispostas com base numa certa hierarquização das prioridades biológicas, comportamentais e sociais, conducentes à sua satisfação. Alguns bens económicos, como o dinheiro, são capazes de satisfazer mais do que um grupo de necessidades em simultâneo. 
Grupo I – Necessidades fisiológicas
Grupo II – Necessidades de segurança
Grupo III – Necessidades de amizade
Grupo IV – Necessidades de estima
Grupo V – Necessidades de autorealização
Grupo VI – Necessidades de conhecimento
Grupo VII – Necessidades estéticas

Esclarecimento sobre as necessidades
Necessidades fisiológicas
São aquelas que satisfazem carências orgânicas e fisiológicas como fome, sede, urinar e evacuar, dormir, respirar, etc. Os bens económicos que as satisfazem podem ser alimentos e bebidas mas também vários outros produtos desde, por exemplo, oxigénio para certos tipos de doentes até fraldas e sanitários.
Necessidades de segurança
São aquelas necessidades mentais relacionadas com abrigos capazes de colocar as pessoas fora de perigo e os bens económicos que as satisfazem vão desde as habitações e outras construções humanas até aos serviços de segurança prestados por forças militares e policiais.
Necessidades de amizade
Estão relacionadas com a actividade geral das pessoas em grupo, ou sociedade, numa certa sensação de pertença social e integração grupal, mas também comportam e avançam desde os grupos recreativos, desportivos e culturais até aos fenómenos próprios das dinâmicas de grupo, designadamente religiosos, sindicais e políticos.   
Necessidades de estima
Manifestam-se quando alguém, após ter satisfeita a sua integração grupal, pretende ganhar o relevo, atenção e admiração dos seus companheiros, assim e frequentemente, as competições desportivas, os fenómenos de liderança, a concorrência entre pessoas por cargos sociais, laborais e políticos mais relevantes, são exemplos de actividades desenvolvidas em prol da satisfação das necessidades de estima.
Necessidades de autorealização
As necessidades de autorealização surgem quando a pessoa pretende tornar-se integralmente satisfeita consigo própria, numa sensação plena de que, todos os dias e a todos os momentos, tem o melhor desempenho comportamental que consegue, que é capaz; faz o melhor de si própria para se autorealizar.  
Necessidades de conhecimento
Compreender o mundo e o ambiente que rodeia, todo e qualquer ser humano, é uma necessidade, um impulso fundamental que motiva a conduta, em direcção a objectivos determinados; a curiosidade básica, e a sua satisfação, conduzem o comportamento humano para actividades cuja finalidade é apenas essa, conhecer o ambiente.
Necessidades estéticas
Quando o ser humano está, quase, plenamente satisfeito, surgem finalmente as necessidades de contemplação da beleza natural que se lhe apresenta; a maravilha da beleza, da estética e da contemplação pura e simples, surgem como necessidades terminais e capazes de motivar, de direccionar, toda a conduta humana.   

Períodos e Escassez
A escassez é uma situação da vida, social ou grupal, em que os bens necessários para a satisfação das necessidades não chegam para todos; por exemplo, o oxigénio, presente no ar que respiramos, é necessário para a sobrevivência individual, porém não é escasso, existe em quantidade abundante, chega para todos; os alimentos também são necessários para a sobrevivência individual, porém, não existem em quantidade abundante e suficiente para a satisfação de toda a população, por conseguinte, têm de ser produzidos e distribuídos pelos seres humanos, mas não abundam, são escassos, não chegam para todos, por conseguinte, existe sempre uma certa concorrência para os produzir, obter e adquirir.
Nas situações de necessidade, cujos bens escassos, têm de ser produzidos, distribuídos e comercializados há, frequentemente, variedade na percepção pessoal e individual de cada pessoa relacionada com a natureza de um determinado bem e respectiva capacidade em satisfazer necessidades; esta variabilidade é traduzida em ciclos de vida, dos serviços e produtos, que nascem, crescem e desaparecem ciclicamente no sentido de satisfazer, cada vez melhor, as necessidades sentidas. A duração dos ciclos de vida de cada grupo de produtos, ou serviços, capazes de satisfazer as respectivas necessidades, constitui o período da tabela periódica da economia. Há produtos, ou serviços, como o dinheiro e a moeda, tipicamente próprios da vida gregária do ser humano, que são percepcionados como capazes de satisfazer simultaneamente vários grupos de necessidades; o dinheiro e a moeda, são escassos e necessários, portanto constituem bens económicos, porém, escasseiam e abundam ciclicamente originando episódios periódicos de recessão e crescimento da actividade económica; o dinheiro e a moeda, pelas suas características próprias e inerentes à vida gregária do ser humano, ocupam uma centralidade fundamental no desenvolvimento e funcionamento das economias de mercado.

Breve resumo histórico do dinheiro
A história do dinheiro, e da moeda, caminham conjuntamente no desenvolvimento crescente das trocas comerciais; numa fase inicial, tudo terá começado com as trocas directas; posteriormente a moeda, ao representar um certo valor, facilitou a eclosão das trocas indirectas permitindo um maior volume de negócios com expansão do mercado. Foram vários os utensílios utilizados como moeda, porém, com o metal cunhado atingiu-se um patamar de excelência sem precedentes para benefício da humanidade; a evolução continuou, as duas faces indissociáveis, da moeda, transitaram para o papel-moeda; actualmente, apesar da tendência para uma generalização do designado dinheiro electrónico, a dualidade sempre presente, entre a credibilidade emanada da autoridade do estado, que certifica a moeda, e o respectivo valor nominal, terão de se manifestar claramente, proporcionando a necessária confiança aos utilizadores na concretização das trocas comerciais indirectas, ampliando e estabilizando maximamente o dinamismo dos mercados.
Apesar da dualidade entre a cunhagem, que certifica a credibilidade da moeda, e o valor nominal, que permite a concretização do valor da troca comercial; há no dinheiro em geral, e na moeda em particular, uma outra dualidade: a oferta e a procura de moeda.

Concentração da moeda
A dualidade cognitiva, sempre presente, ao longo de todo o pensamento económico permite distinguir os bens em económicos, e não económicos; os bens económicos são, por definição, escassos e necessários; a moeda é escassa e necessária, por conseguinte, é um bem económico; porque é produzida pela humanidade e, por sua vez, permite a produção de outros bens económicos, diz-se que se trata de um bem de capital.
A economia real, ou fundamental, diz respeito à produção, e consumo, de bens escassos e necessários para a sobrevivência da humanidade. Após a sua produção, os bens ficam assimetricamente distribuídos entre o produtor e o consumidor. Há uma diferente concentração dos bens produzidos entre o lado da produção e o lado do consumo; a moeda tem várias funções, porém, numa delas, funciona como um solvente que dissolve a concentração de bens entre a produção e o consumo, permitindo o funcionamento da economia. A moeda é um bem económico de capital, escasso e necessário, cuja concentração está assimetricamente distribuída pelas pessoas de uma comunidade. Para quantificar a medição da concentração de moeda, numa comunidade, como um todo, basta dividir a massa monetária, os seja, a quantidade total de dinheiro disponível nessa economia e num determinado momento, pelo número total de pessoas dessa comunidade, assim:
Concentração de moeda [PO] = massa monetária / número total de pessoas.
Há várias definições e classificações da massa monetária, porém, quantitativamente e em termos operacionais, rigorosos e para efeitos da fórmula de concentração da moeda, apenas interessa o uso do respectivo conceito, esclarecido, previamente definido e aceite por todos os seus respectivos utilizadores.

Concentração dos bens económicos
Em qualquer comunidade, os bens económicos, por definição, sempre escassos e necessários, estão desigualmente distribuídos, desde logo, imediatamente após a produção, ficam armazenados em stocks que depois serão distribuídos e comercializados até chegarem ao consumidor final. Ao longo do percurso de distribuição, e até no consumidor final, manifestam diferentes concentrações. O dinheiro, ou seja, a moeda, funciona como solvente, por outro lado, os bens económicos funcionam como soluto. Há vários modos, ou técnicas, de avaliar e quantificar a concentração de bens económicos; o soluto terá de ser sempre a quantidade dos bens económicos, já o solvente pode ser, por exemplo, a moeda, portanto, a massa monetária ou simplesmente a quantidade de moeda; porém, por outro lado, como solvente, pode ser usada a quantidade de pessoas dessa comunidade; assim:
Concentração de bens económicos [B] = quantidade de bens económicos / quantidade de moeda, mas também, outra fórmula:
Concentração de bens económicos [B] = quantidade de bens económicos / número total de pessoas
Obviamente que as medidas quantitativas da concentração dos bens económicos são muitas mais e variadas, por exemplo; a quantidade de bens económicos, como soluto, pode ser expressa e quantificada através da respectiva e equivalente quantidade de moeda; há pois, varias alternativas mas o interesse está no uso de conceitos, previamente esclarecidos, definidos e aceites por todos os seus respectivos utilizadores.

Fórmulas de representação
O dinheiro, mas sobretudo, a moeda, será representada pelas letras PO.
Os bens económicos serão representados pelas letras BO ou então BP conforme se refiram a bens oferecidos BO ou então a bens procurados BP.
Os serviços serão representados pelas letras SO ou então SP conforme se refiram a serviços oferecidos SO ou então a serviços procurados SP.

A moeda economicamente anfotérica
Numa economia de mercado, livre e concorrencial, teoricamente dominada pelas leis da oferta e da procura, qualquer bem económico, portanto necessário e escasso, está sujeito a estas duas leis, ou regras do mercado. A moeda é um bem económico, portanto, sujeita às leis da oferta e da procura porém, detém no mercado, uma posição muito especial; na realidade, enquanto qualquer outro bem económico ocupa uma posição de mercado predominantemente do lado da oferta ou, por oposição, predominantemente do lado da procura, pois, a moeda, ocupa simultaneamente, no mercado, uma posição cuja oferta é exactamente igual à procura; esta característica confere, à moeda, propriedades economicamente anfotéricas; ou seja, num mercado onde domina a oferta de outros bens, pois, a moeda comporta-se do lado da procura, por antagonismo, num mercado onde domina a procura de outros bens, pois, a moeda comporta-se do lado da oferta. Estas propriedades anfotéricas, da moeda, conferem-lhe uma posição de mercado capaz de regular os preços dos restantes bens e serviços; por exemplo, aumentar a quantidade de moeda em circulação provoca um aumento generalizado dos preços dos restantes bens económicos, por conseguinte, aumenta a inflação mas não altera as propriedades anfotéricas da moeda, assim, a moeda constitui um bom solvente, o solvente por excelência, o solvente que na economia real permite a dissolução entre os produtos e os consumidores; o solvente que faz a ponte, que faz o contacto, que faz a ligação entre a produção e o consumo.          

A moeda economicamente tampão
Em teoria económica, são frequentemente descritos, ciclos de alternância, entre períodos de crescimento, contrastando com períodos de contracção, da actividade económica, como sendo típicos das economias de mercado capitalistas.
Na realidade, considerando que são as leis da oferta e da procura que regulam o mercado, pois, esta alternância é necessariamente causada por um excesso relativo de oferta ou, por oposição, de procura; assim, o equilíbrio natural entre a produção e o consumo deixa de se verificar e surgem os excessos de oferta ou, por outro lado, de procura e por conseguinte, as crises, ou recessões, económicas.
A massa monetária, portanto, a quantidade total de dinheiro disponível permite, até certo ponto, atenuar as oscilações entre os excessos relativos de oferta ou, por outro lado, de procura; a moeda funciona como um tampão económico porque permite, em certa medida, estabilizar a mudança entre um excesso de oferta e um excesso de procura. A capacidade de tamponamento de uma moeda depende, entre outras variáveis, também da sua concentração no seio de uma economia. O tamponamento, proporcionado pela moeda, evita o descalabro de uma crise, ou recessão, económica, porém, a sua capacidade é limitada; a partir de determinado excesso de oferta, ou de procura, pois, a capacidade de tamponamento económico da moeda é ultrapassada e a recessão, ou depressão, ocorrerão com todo o vigor e dano económico-social.

Autodissociação da moeda
Qualquer moeda, representada por PO tem, por inerência dualista, duas componentes, ou constituintes, associadas: a oferta, representada por O constitui uma das componentes que pode ser designada moeda-oferta; por outro lado a procura, representada por P constitui a outra componente que pode ser designada moeda-procura.
No mercado, a solução concentrada da moeda PO, traduz-se nas suas duas componentes, moeda-oferta e moeda-procura, que se encontram dissociadas num equilíbrio permanente e constante, assim: [PO] [P] + [O]. A constante de equilíbrio da autodissociação da moeda surge assim: Km = [P][O]/[PO]. Como a concentração da moeda [PO] é essencialmente constante então ela pode, por simplificação, ser ignorada surgindo a constante de dissociação da moeda, assim: Km = [P][O].

Valor da constante de dissociação da moeda.
Sendo a economia uma ciência humana e estando a moeda dissolvida pelos seres humanos que habitam uma comunidade económica, então, a constante de dissociação da moeda surge como inversa do número de seres humanos dessa comunidade económica onde a moeda vai ser utilizada, assim: Km = 1/número de seres humanos. Compreende-se que se apenas existisse um ser humano pois todas as moedas estariam dissociadas, ou seja, esse ser humano tinha todas as moedas que procurava e não tinha a quem as oferecer nem como procurar mais moedas; por outro lado, se existissem infinitos seres humanos pois as moedas não poderiam ser dissociadas nas suas componentes de oferta e de procura.
Se por mero, e simples, exemplo for considerado que num país, como Portugal, existem 10 milhões de pessoas pois, o cálculo da constante de dissociação da moeda remete para a fórmula: Km =  1*10-6, ou seja; Km = 10-6.

Produto de dissociação da moeda
A constante de dissociação da moeda está dependente de muitas variáveis mas sempre condicionada a um funcionamento normal e regular de uma economia de mercado numa determinada comunidade económica; por exemplo, numa comunidade como os EUA seria de considerar a totalidade de pessoas dos EUA, na comunidade europeia seria de considerar a totalidade de pessoas da Europa; em Portugal será de considerar o total de portugueses que, neste caso, se considera 10 milhões e, por conseguinte, Km = 10-6.   
Considera-se que no equilíbrio de autodissociação da moeda [PO] [P] + [O] a moeda está praticamente toda dissociada pelo que [PO] pode ser desconsiderado, assim, para Portugal vem, Km = [P][O] = 10-6, como a moeda é, por inerência dualista, as suas duas componentes; oferta [O] e procura [P] existem e estão em concentração igual, assim, [P] = [O] pelo que os valores de  [P] = [O] = 10-3, agora, aplicando a função logarítmica, vem:
pP = - log[P]
pO = - log[O]
como, pKm = - log (10-6) = 6, surgem as seguintes situações da concentração dos serviços e produtos, no mercado, face à respectiva moeda, em Portugal:
se pP < 3 trata-se de uma situação de domínio da procura.
se pP = 3 trata-se de uma situação de equilíbrio entre a oferta e a procura.
se pP > 3 trata-se de uma situação de domínio da oferta.

Interesse do produto de dissociação da moeda
Numa fase inicial, cumpre esclarecer que o valor de Km está aqui, como que, indexado ao número total de pessoas da comunidade económica considerada, no entanto, a metodologia e o valor encontrado para sua determinação, na verdade, não têm de ser rigorosamente estes; porém, considerando sempre, que a moeda cumpre uma função central numa economia de mercado a funcionar regularmente, considerando também que a própria moeda está sujeita as leis da oferta e da procura, torna-se por demais evidente a sua dissociação nestas duas componentes, em qualquer mercado considerado, por outro lado a estimativa, ou determinação exacta, do valor da constante de dissociação da moeda, mais uma vez se afirma, pode ser alcançada por diferentes metodologias.    
Entre vários outros, um dos interesses do produto de dissociação da moeda consiste em regular o mercado da oferta e procura agregadas na prevenção ou atenuação das crises económicas cujos ciclos de crescimento da actividade económica alternam, com contracções e recessões; de facto, como cada produto, ou serviço, tem sempre associada uma esperança estimada de oferta, ou de procura, então, cada produto, ou serviço, pode ser dissociado nessa oferta, ou procura, associadas; sendo os produtos, ou serviços, dissolvidos pelos consumidores através da moeda, então torna-se possível o cálculo econométrico conducente ao equilíbrio de mercado; por conseguinte, se uma crise económica surge por excesso de oferta com armazenamento de stocks que não se conseguem vender pois através do uso do Km torna-se possível calcular rigorosamente a quantidade de estímulo ao crescimento económico; por outro lado, se uma crise económica surge por excesso de procura com falta de produtos no mercado, em quantidade capaz de satisfazer as necessidades dos consumidores, pois através do uso do Km torna-se possível calcular rigorosamente a quantidade de estímulo à produção, capaz de restabelecer o equilíbrio de mercado.

Bens económicos oferta-e-procura
Considerando a inevitabilidade indissociada da oferta e da procura, inerentes e patentes, na própria moeda; considerando que em condições normais e regulares do funcionamento de mercado numa economia capitalista, na posição de equilíbrio autodissociativo da moeda, pois, a sua componente oferta é igual à sua componente procura; considerando que todos os bens económicos têm inevitavelmente associada uma componente oferta e uma componente procura; torna-se eminentemente lógica a dedução conclusiva que na posição de equilíbrio a moeda é neutra em relação à oferta e procura; os bens económicos podem ter uma componente oferta cujo valor é superior, inferior ou igual ao valor de equilíbrio da moeda; os bens económicos podem ter uma componente procura cujo valor é superior, inferior ou igual ao valor de equilíbrio da moeda.

Bens económicos oferta
Os bens económicos, sobre o ponto de vista das leis da oferta e da procura, dizem-se bem-oferta se têm uma oferta superior à respectiva oferta da moeda, exactamente referente ao ponto de equilíbrio autodissociativo da moeda, nas condições de normal funcionamento de mercado, cuja moeda está totalmente dissociada e igualmente distribuída entre a respectiva oferta e procura.

Bens económicos procura
Os bens económicos, sobre o ponto de vista das leis da oferta e da procura, dizem-se bem-procura se têm uma procura superior à respectiva procura da moeda, exactamente referente ao ponto de equilíbrio autodissociativo da moeda, nas condições de normal funcionamento de mercado, cuja moeda está totalmente dissociada e igualmente distribuída entre a respectiva oferta e procura.

Reacções oferta-procura
Considera-se que nas situações concretas da realidade de mercado há uma interacção permanente, em equilíbrio dinâmico, entre bens económicos do tipo bem-oferta e bem-procura com produção de moeda e bens-neutros considerando-se como bens-neutros todos aqueles bens, ou serviços, que já não estão em situação de mercado, ou seja, que já não estão em situação de oferta e procura pois foram consumidos ou então foram retirados do mercado por armazenamento, destruição ou qualquer outra causa.
A reacção de oferta-procura pode ser assim representada:
[BO] + [BP] PO + BB sendo PO a moeda e BB os bens que foram retirados de mercado por consumo ou qualquer outra causa.
Obviamente que se a troca fosse entre um bem e um serviço pois a reacção poderia ser assim representada:
[BO] + [SP] PO + BS considerando-se agora SP como os serviços procurados e BS como os resultantes bens-serviços económicos que foram consumidos, ou então, por qualquer motivo, retirados do mercado.

Titulação oferta-procura
Quando existe um produto ou serviço que não se sabe se está do lado da oferta ou da procura e, neste sentido, também não se conhece o valor exacto do seu título, isto é, o seu valor de mercado; pois, procede-se a uma titulação oferta-procura; assim, numa primeira fase, por cálculos matemáticos com base no valor nominal da moeda, respectivo ponto de equilíbrio dissociativo e constante de dissociação, em conjugação com mecanismos comparativos, tendo em atenção o valor de oferta, ou de procura, de outros produtos já conhecidos, pois, estabelece-se um valor teórico de mercado e, numa segunda fase, procede-se à concretização prática da titulação em interacções de mercado, entre compradores e vendedores, normalmente designadas por negociações.  

Constantes de equilíbrio
Considerando que todos os serviços e bens económicos têm sempre e inevitavelmente associada uma componente oferta e uma componente procura, em constante dissociação, pois, nas situações concretas de mercado, torna-se inevitável a existência de uma constante de dissociação oferta, para os bens-oferta e uma constante de dissociação procura para os bens-procura. Esta constante de dissociação, na posição de equilíbrio, é típica e própria de cada bem económico e, em conjunto com a constante de equilíbrio da moeda, permite a realização de cálculos relevantes para as titulações e reacções oferta-procura.
Conforme a força da oferta, ou da procura, de um produto ou serviço, assim o equilíbrio se pode encontrar deslocado no sentido da oferta ou da procura; por outro lado, há uma relação entre as constantes de oferta e de procura de tal modo que podem ser relacionadas com a constante de dissociação da moeda, exemplificando assim:
Considere-se que no mercado português o valor da constante de dissociação da moeda se encontra assim definido e determinado, Km = 10-6
Considere-se a constante de dissociação da oferta como sendo ko
Considere-se a constante de dissociação da procura como sendo Kp
Resulta que Km = Ko.Kp
Aplicando agora, às respectivas constantes de dissociação da oferta e da procura, a função logarítmica, por semelhança para o produto de dissociação da moeda com, pKm = - log (10-6) = 6 surge a seguinte fórmula:
pKm =  pKo + pKp = - log (10-6) = 6 (apenas para o mercado português e, estritamente, nas condições anteriormente definidas para o valor de km).

Reacções de neutralização oferta-procura
As titulações, assim como qualquer reacção oferta-procura, resultam do conceito mais geral de neutralização podendo ser representadas graficamente por uma típica curva sigmoide que se pode iniciar com um bem económico oferta ou, por outro lado, com um bem económico procura e que por junção sucessiva, em quantidades crescentes, do respectivo bem económico complementar, portanto oferta ou procura, iniciam por um crescimento acelerado e depois passam pelo ponto de equilíbrio entre oferta e procura para, de seguida, mudar a concavidade da curva gráfica e a respectiva aceleração do crescimento, que se torna mais brando. Esta curva gráfica sigmoide, entre titulações oferta-procura, permite visualizar imediatamente as situações de mercado em que os bens económicos viram da posição de oferta para a posição de procura.   

Síntese conclusiva
A evolução do conceito de reacção de neutralização oferta-procura em associação evolutiva com os conceitos de serviço, ou então bem-oferta e, por complementaridade, bem-procura, pode atingir uma generalização extremamente elevada e teórica que permita abordar todas as situações de mercado, concretas ou abstractas, reais ou imaginadas.   
Obviamente que, em conformidade com a padronização do mercado mundial, podem ser desenvolvidas escalas de medição do pP ou, por inerência, do pO assim como indicadores de oferta e procura, entre vários outros estudos e desenvolvimentos teóricos. Os indicadores económicos e financeiros de nível empresarial, os indicadores microeconómicos do mercado, os indicadores macroeconómicos e até da economia política mundial são melhor estudados, compreendidos, validados e cientificamente comprovados através da teoria, que já desenvolvi e publiquei sobre a designação de epidemiologia económica empresarial; por outro lado as ideias teóricas, aqui e agora expostas, referem-se a uma analogia comparativa com a química das reacções de ácido-base, de neutralização e titulações, cuja tecnologia química permite cálculos numéricos exactos e previsíveis. O desenvolvimento de uma tecnologia económica rigorosamente exacta, por comparação com a tecnologia química, permite não apenas alguma previsão sobre a eclosão das crises económicas, sempre cíclicas, mas também, sobretudo, preparar os meios da sua neutralização. Se nas reacções químicas ácido – base a água tem um papel central, pois, nas reacções económicas de oferta – procura a moeda ocupa essa centralidade fundamental. É do conhecimento geral que sem o dinheiro, sem a moeda, a economia capitalista jamais seria desenvolvida; a moeda é necessária e escassa, por conseguinte, a moeda é um bem económico e, como tal, pode ser transaccionada no mercado. Ao nível mundial, considera-se actualmente que o foreign exchange, também conhecido por forex ou, em português, mercado cambial, é o maior mercado mundial, inclusivamente superando, múltiplas vezes, outros mercados financeiros especulativos como os mercados de acções ou títulos. No âmbito das políticas cambiais, as taxas de câmbio podem ser fixadas por autoridades monetárias nacionais, podem estar indexadas a uma qualquer moeda estrangeira, mas podem também, finalmente, estar apenas sujeitas às leis da oferta e da procura de moeda com uma flutuação flexível ou livre. É no mercado mundial da moeda, que a teoria das reacções de neutralização económica empresarial, agora, aqui exposta, melhor exprime o seu valor e utilidade; no entanto, a sua aplicabilidade expande-se, por semelhança analógica com as respectivas reacções químicas, para todas as áreas da teoria e do saber económico.
Doutor Patrício Leite, 20 de Janeiro de 2019