INTRODUÇÃO
Relação entre a economia real e o mundo financeiro
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Economia real e financeira
O mundo financeiro
Economia financeira e commodities
Relação entre a economia real e o mundo financeiro
História das crises económicas financeiras
Crises económicas
Mecanismo das crises económicas
Fundamentos da acção em política económica
Política económica financeira
ECONOMIA PATRICISTA
Economia probabilística
Fundamentos da economia probabilística patricista
Lei da distribuição probabilística dos preços
Lei da simetria dualista do mercado
Explicação das leis fundamentais da economia probabilística
Relação entre a economia tradicional e a economia da incerteza
Modelagem matemática e crescimento
Modelagem matemática em economia probabilística
Mecanismo probabilístico das crises económicas
Modelagem matemática econométrica de Patrício Leite
Exemplo simples e hipotético com modelagem de Patrício Leite em
economia financeira
Caracterização do valor das variáveis
Dados e valores numéricos
Gráfico de alguns destes dados e valores numéricos
Comentários sobre este exemplo hipotético
Avanços importantes na modelagem económica probabilística de Patrício
Síntese conclusiva
RECESSÃO ECONÓMICA NA EUROPA
Factores desencadeantes da próxima recessão económica
A política económica europeia na origem da crise recessiva
Início e evolução da crise económica com recessão na Europa
A solução da crise recessiva económica na Europa
INTRODUÇÃO
Mudam-se os tempos, mudam-se
as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança. Mudam-se os conhecimentos,
muda-se a teoria, a cultura e a ciência. Todo o mundo e composto de mudança. A
teoria económica, desde o seu início, tem mantido a linearidade do seu carácter
determinístico mecanicista; a cultura e a ciência, num mundo incerto, em
mudança, evoluíram, tornaram-se probabilísticas. As crises económicas cíclicas,
com períodos alternados de crescimento e recessão, continuam; os estados e
poderes públicos apesar de, cada vez mais intervencionistas, não conseguem
prever, planear, organizar, dirigir e controlar a economia e respectivas crises
recessivas; torna-se necessária uma nova economia, uma economia assente nas
ferramentas da matemática como fundamento exacto da sua racionalidade
cognitiva, uma economia preventiva quantitativa; uma econometria probabilística.
Vamos a isso!
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Economia real e financeira
A modelagem representativa
configura, sempre, uma dualidade reducionista entre o representante e o
representado; é assim em todos os sistemas; é assim no sistema económico e financeiro
cujos bens e serviços, necessários à subsistência do ser humano, configuram uma
economia real que, em capitalismo de mercado, implica um elemento monetário de
troca comercial facilitada numa dualidade analógica, espelhada e imagética,
cujo objecto real corresponde à economia dos bens e serviços e, por oposição, a
imagem virtual corresponde ao sector financeiro da moeda, acções, obrigações,
futuros e derivados, enfim, muitos e variados instrumentos das operações
financeiras. De facto, a dualidade paralela, espelhada num objecto da economia
real e a correspondente imagem virtual do sector financeiro, têm os seus
fundamentos de mercado nas leis da oferta e da procura; no entanto, a oferta de
bens e serviços económicos agregados correspondem à procura de, todo e
qualquer, “papel-finanças” do sector financeiro agregado e, por corolário de
oposição relativa, a oferta de “papel-finanças” do sector financeiro agregado, correspondem
à procura de bens e serviços agregados do sector económico. Avançando, agora,
com a matematização das regras da oferta e da procura de mercado, torna-se
compreensível que a elasticidade da oferta agregada de bens e serviços
económicos, traduzida matematicamente pela primeira derivada da respectiva
função oferta, corresponde à elasticidade da procura agregada de papel-finanças
do sector financeiro, traduzida pela primeira derivada matemática da respectiva
função procura.
A correspondência entre a
oferta agregada de uma economia real, cuja imagem virtual se localiza na
procura agregada do sector financeiro, não tem o seu ponto de encontro na
primeira derivada matemática, ou seja, na respectiva elasticidade; de facto, não
é na primeira variação elástica ou infinitesimal que as leis da oferta e da
procura do sector económico se encontram com as leis da oferta e da procura do
sector financeiro; na realidade, o ponto de encontro tangencial entre estas
duas funções, confrontando o sector económico com o financeiro, surge com a segunda
derivada matemática, num ponto de inflexão cuja concavidade da curvatura muda
de sentido e se traduz, em termos económicos e financeiros, pelo pensamento das
escolas marginalistas.
O mundo financeiro
A economia, também designada
frequentemente por economia real, compreende o conjunto de todos os bens e
serviços produzidos, distribuídos e comercializado no mercado global, cuja
função se traduz na satisfação directa das necessidades humanas individuais ou
agregadas; as finanças, adquirem frequentemente várias designações como, por exemplo
e simplesmente, o crédito, a economia fictícia, economia da imaginação ou da
imaginação humana, crédito à economia, falsa economia, economia dos activos de
papel, entre várias outras. O mundo das finanças, o mundo financeiro, por
oposição ao mundo da economia real, compreende todos os activos financeiros,
todos os designados ou chamados “activos de papel” que são habitualmente
negociados nos mercados financeiros; por conseguinte consideram-se activos
financeiros os “papéis” como por exemplo as acções das empresas, contratos
futuros, contratos a termo, moedas fiduciárias mas também os vários agregados
monetários desde o mais restritivo como a moeda metálica e o papel-moeda até
aos restantes títulos de crédito passando pelas livranças e letras de câmbio
assim como os restantes meios de pagamento incluindo os depósitos bancários de
poupança e a capacidade dos cartões de crédito; são também activos financeiros
os contratos de opções e derivados, incluindo a sua componente futura e a termo
mas também os swaps cambiais e de taxa de juro assim como os títulos públicos
emitidos pelo tesouro nacional e privados, emitidos pelas empresas, como as
obrigações, hipotecas e warrants, entre outros cujo objectivo consiste em
captar recursos. O mundo e o mercado financeiro apenas dependem da criatividade
e imaginação, para imporem a confiança e credibilidade no sistema pelo que a
qualidade e quantidade dos seus activos e modos de comercialização continuam em
permanente desenvolvimento e franca expansão, numa bolha especulativa sempre
pronta a rebentar ou colapsar. O mundo financeiro é tutelado por um estado de
direito cujo ordenamento jurídico, primitivamente previsto apenas pela
generalização do código civil, se veio posteriormente a especializar em
legislação comercial, das sociedades comerciais e mais recentemente em direito
económico e financeiro próprios mas também em muita e variada legislação avulsa
dispersa.
Economia financeira e commodities
Considerando a economia real
em nítida oposição ao mundo financeiro, facilmente se depreende que a satisfação
directa de necessidades humanas, desde a alimentação, saúde e segurança,
desporto e lazer, entre tantas outras; como bens e serviços escassos e
necessários à sobrevivência e bem-estar da humanidade, se localizam do lado de
uma economia real cuja actividade compreende a produção, distribuição,
comercialização e consumo. Evidentemente, a actividade produtiva necessita de
recursos ou produtos de base que, em estado bruto, se designam por
matérias-primas. A comercialização destas matérias-primas, como mercadoria
uniforme e indiferenciada, designada commodity, é efectuada habitualmente num
subtipo de mercado financeiro, ou seja, o mercado de capitais cujas bolsas de
valores permitem transaccionar as commodities como activos financeiros; no
entanto, convém salientar que as commodities não são verdadeiros activos
financeiros; na realidade, enquanto matérias-primas, ou produtos de base, elas
detêm um valor intrínseco que as diferencia dos activos de “papel” meramente
financeiros. Por outro lado, a cotação universal do seu preço, apenas baseado
na oferta e procura global, atribui-lhes qualidades de moeda, própria do mundo
financeiro; assim, considera-se que, apesar de serem comercializadas nas bolsas
de valores, as commodities ocupam um lugar intermédio entre a economia real e o
mundo financeiro.
A satisfação das necessidades
humanas depende directamente da economia real, no entanto, desde os primórdios
da história do desenvolvimento económico que, o homem, por sobreviver em
diferentes ambientes naturais com diversidade de necessidades e, mais tarde,
excesso de produção; sentiu necessidade de efectuar trocas comerciais; primeiro
iniciou com a troca directa, porém, o desenvolvimento tecnológico permitiu a
intensificação comercial pelo que se tornou necessária a mediação monetária. Com
a criação da moeda, teve início o sector financeiro cujo desenvolvimento e
pujança, tomaram posse dos meios e bens de produção numa burguesia dominante de
um capitalismo global. Convém sempre recordar, e nunca esquecer, que é o mundo
financeiro quem está sempre ao serviço da economia real e nunca o contrário. Na
realidade qualquer sistema financeiro tem por função a canalização de fundos
das pessoas que poupam para as que produzem ou consomem; porém, convém sempre
lembrar que a economia e toda a actividade económica, são próprias da
humanidade; é a economia real que satisfaz as necessidades humanas, in extremis, pode-se afirmar, numa
generalização metafórica, que o homem come alimentos nutritivos, o homem não se
alimenta de activos financeiros, de activos de “papel”; o homem satisfaz as
suas necessidades com base na realidade da actividade económica. O mundo
financeiro, qualquer sistema financeiro, ao permitir a canalização de fundos do
sector da poupança para o sector do investimento, ou consumo, está por inerência
de funções a lubrificar, a estimular, a facilitar a actividade económica real,
a permitir o desenvolvimento da economia real agregada. Sendo o mundo
financeiro que está ao serviço da economia real, a sua utilidade, o seu valor,
decorre da facilitação que proporciona à economia real agregada. Um sistema
financeiro torna-se perverso quando deixa de servir a economia real; e mais
perverso ainda, quando não só deixa de ser útil para a economia real mas também
passa a servir-se dessa economia para sobreviver; esta é a causa fundamental
das crises cíclicas em economias capitalistas.
História das crises económicas financeiras
As crises económicas não
constituem uma propriedade exclusiva do capitalismo burguês; muito pelo
contrário, ao longo da história tem-se sempre verificado que com excepção das
crises económicas relacionadas com intensas alterações ambientais como, por
exemplo, secas, trovoadas e degelos, guerras e doenças infecto-contagiosas, que
destroem gravemente os processos produtivos, pois, todas as restantes crises
económicas, que são a quase totalidade, ou pelo menos a grande maioria,
qualquer que seja o sistema envolvido, têm a sua origem no sector financeiro;
de facto, com o crescente desenvolvimento do mundo financeiro surgem as crises cíclicas
da actividade económica que, por vezes, degeneram em graves recessões e
depressões económicas com substancial prejuízo para toda a população. Uma das
crises económica financeira mais significativa da Europa teve inicio em
Inglaterra, no final do século 13 quando o rei recorreu excessivamente ao
crédito monetário garantindo o pagamento com contractos futuros sobre
matéria-prima, ou seja, a lã de ovelha, uma commodity que estava muito
valorizada; gerou-se uma bolha de crédito que rebentou em 1294 iniciando uma
crise de crédito e liquidez que se expandiu para outros países da Europa; mais
tarde, em meados do século 17, na Holanda, surge a designada crise das tulipas
cuja base resultou de uma bolha no mercado da bolsa de valores, pelo excesso de
procura e transacção de acções desta flor; para muitos pensadores, a crise das
tulipas foi a primeira do capitalismo; ao longo do século 18 relatam-se três
crises sempre relacionadas com o sistema financeiro, envolvendo o governo, as
bolsas de valores, os bancos e o crédito bancário; com o crescente
desenvolvimento, expansão e poder do mundo financeiro surge, já no século 19, uma
dezena de crises económicas envolvendo, sempre, a moeda e o crédito, assim como
os bancos, o mercado accionista e de capitais; ao longo do século 20 dá-se uma
enorme expansão e crescimento do mundo financeiro com diversificação progressiva
dos respectivos mercados, instrumentos e activos financeiros, desde os fundos
de investimento até aos vários tipos de contractos de futuros e derivados sobre
commodities, moeda ou qualquer outro activo financeiro; gerando bolhas
especulativas a partir de activos financeiros criados meramente sobre outros
activos financeiros; por conseguinte, sem qualquer tradução na economia real; a
diversificação e o crescimento expansionista do mundo financeiro foram sempre
acompanhados pelas respectivas crises económicas financeiras; assim, o
desenvolvimento histórico mostra e comprova que a origem das crises económicas
financeiras está sempre no mundo financeiro.
Crises económicas
Afirma-se frequentemente que,
nos sistemas capitalistas de mercado, as crises económicas são cíclicas.
Efectivamente, tem-se verificado, ao longo do tempo, que existem ciclos de
crescimento e expansão económica alternando com períodos, mais ou menos longos,
de estagnação, contracção e recessão da actividade económica. A frequência, período
e todas as outras características, oscilatórias e ondulatórias, dos ciclos
económicos são variáveis; desde muito curtos a extraordinariamente longos, no
entanto, existe uma explicação de causalidade racional, capaz de os prever e
clarificar; de facto, a dualidade patente entre um sector económico real, de
bens e serviços capazes de satisfazer necessidades humanas inatas e um sector
financeiro meramente criado e desenvolvido pela organização social como forma
de promover o poder nas sociedades capitalistas e politicamente organizadas,
constitui a causalidade responsável pelos ciclos económicos dos mercados
capitalistas.
Mecanismo das crises económicas
Para explicar o mecanismo e o
modo como se desenvolve uma recessão económica torna-se necessário, primeiro,
clarificar alguns conceitos relacionados com os activos e mercados financeiros.
Na realidade, considera-se como mercado financeiro o local, real ou virtual,
onde se efectuam trocas comerciais de activos meramente financeiros cujo
objectivo consiste em obter ganhos, ou lucros, também essencialmente financeiros.
O mercado financeiro pode ser
classificado em várias subcategorias, de acordo com a natureza dos produtos
financeiros transaccionados: o mercado de capitais caracteriza-se pela
transacção, geralmente nas bolsas de valores mobiliários, de acções, obrigações
e outros activos financeiros capazes de gerar liquidez aos títulos emitidos
pelas empresas; o mercado de crédito caracteriza-se por operações bancárias e
de outras instituições financeiras, que efectuam empréstimos, depósitos,
financiamentos etc.; o mercado de câmbio caracteriza-se pelas operações de
troca entre diferentes moedas de diferentes países e finalmente o mercado
monetário esforça-se por controlar a oferta de moeda assim como as taxas de
juros geralmente, mas não só, através do banco central que pode comprar ou
vender títulos do tesouro aumentando, ou diminuindo, a quantidade de moeda em
circulação e a respectiva liquidez geral dessa economia de mercado.
A realidade das necessidades humanas, e a
evidência cognitiva, demonstram que o mundo financeiro está ao serviço da
economia real, de facto, a satisfação da fome, sede, sono e todas as restantes
necessidades realiza-se através da economia real, por outro lado, o sector
financeiro ao servir a economia real está, por inerência, a facilitar a
satisfação das necessidades humanas, por conseguinte o mundo financeiro é útil
para a economia real. Obviamente se compreende que, no mercado, a um fluxo de mercadorias
corresponde sempre um fluxo monetário de sentido contrário; esta realidade
antagónica dualista dicotómica permite afirmar que a uma oferta de mercadorias
corresponde uma procura de moeda; em termos de analogia comparativa pode-se
concluir que o mundo financeiro funciona como uma imagem virtual espelhada de
uma economia real, de tal modo que uma variação da oferta de mercadorias reais
deve corresponder a uma variação proporcional de procura monetária financeira e
vice – versa, mantendo um equilíbrio dinâmico entre as respectivas ofertas e
procuras da economia real com o mundo financeiro, isto é, funcionando como
pares acção – reacção.
Como um todo globalizante
compreende-se que o sector financeiro agregado tem utilidade para a economia
real agregada pelo que, considerando as leis da oferta e da procura e o
pensamento das escolas marginalista, torna-se evidente que a variação da
oferta, em economia real, corresponde ao valor utilidade marginal da procura
financeira, por conseguinte, a elasticidade da oferta económica tem a sua
correspondente proporcional na elasticidade da procura financeira e, considerando
a lei dos rendimentos decrescentes, torna-se compreensível que conforme aumenta
a oferta financeira agregada, pois, a sua utilidade marginal diminui proporcionalmente
condicionando, assim, a respectiva procura financeira agregada pelo que, in extremis, torna-se até
contraproducente e indesejável.
Aplicando os conceitos da análise
matemática infinitesimal torna-se evidente que a elasticidade da oferta, na
economia real agregada corresponde á elasticidade da procura financeira
agregada e, em ambas as situações, estas variabilidades elásticas correspondem,
matematicamente, à respectiva primeira derivada da oferta económica e primeira
derivada da procura financeira; continuando o raciocínio matemático mas
atendendo à utilidade marginal com a lei dos rendimentos decrescentes, em
associação com a respectiva desaceleração do crescimento económico, torna-se
evidente que o ponto de inflexão, da segunda derivada, corresponde à última
unidade financeira da utilidade marginal que, o mundo financeiro oferece à
economia real; a partir deste ponto de inflexão o aumento, ou excesso, de
oferta financeira agregada torna-se não só contra producente para a economia
real como até prejudicial. É neste ponto de inflexão, neste ponto de viragem,
que se afirma a estagnação da economia, ou seja, o crescimento económico parou,
estagnou, e se a oferta financeira agregada continuar a aumentar para além do
ponto de inflexão, da segunda derivada matemática na lei da oferta financeira
agregada pois, a economia entra em contracção, entra em recessão económica
podendo atingir uma depressão profunda e cataclísmica.
Fundamentos da acção em política económica
A concepção popular,
tradicional, com a parábola dualista entre a cigarra ociosa que passa o verão a
cantar ao desafio e o inverno faminta e a formiga diligente e trabalhadora que
passa o verão atarefada em trabalho e um inverno farto, tem tradução dualística
metafórica, analógica, nos seres humanos ociosos, gastadores e consumidores em
comparação com os trabalhadores, poupadores, produtores que investem e
enriquecem; à tendência para a ociosidade, consumo e bem-estar que uns
procuram, corresponde a ganância produção e enriquecimento dos outros; a
sociedade vive, assim, num equilíbrio instável entre a ociosidade de uns e a
ganância de outros porém, ambos, produtores e consumidores participam da acção
política organizada no estado; os políticos precisam de legitimidade para
exercer a autoridade do estado, em democracias representativas precisam do
voto, por isso, têm de agradar a gregos e troianos, pois, são todos eleitores.
Uma concepção mais económica,
ponderada, cuidadosa e científica, permite avançar para um fundamento mais real
da vida mental; da necessidade humana, como estado de carência do mundo interno
que pode ser satisfeita através do mundo externo e da escassez de alguns bens
necessários que, não sendo suficientes para todos os elementos da comunidade,
pois, em conjunto com a respectiva necessidade, os transforma em bens
económicos. Colectivamente a escassez e individualmente a necessidade são os
pilares mais fundamentais de toda a actividade económica; para colmatar a
escassez, para terminar com a escassez colectiva de bens necessários é
necessário produzir; para colmatar a necessidade individual, para terminar com
as necessidades humanas é preciso consumir; assim, se a escassez determina a
produção já a necessidade determina o consumo. Reconhece-se, no entanto que,
como todo o comportamento humano individual é motivado por necessidades
pode-se, pois, afirmar que também a produção, que resulta de uma escassez
colectiva, resulta também da necessidade individual de consumir, mas, determina
a inteligência e razão humanas que primeiro o homem tem de produzir para depois
poder consumir.
O excesso de produção precisa
de ser transaccionado, precisa de ser comercializado; como com o
desenvolvimento colectivo se torna cada vez mais difícil a troca directa, pois,
com o desenvolvimento social surge a moeda, entre outras funções, como meio de
troca. Nas comunidades politicamente organizadas, os detentores do poder e
controlo social, têm vários instrumentos ao seu dispor: a lei, imperativa e
coerciva; os meios de comunicação social; a força armada; mas também, e
finalmente, em termos económicos financeiros, a emissão e controlo da moeda em
circulação.
Política económica financeira
O exercício do poder político
e o controlo económico, por parte dos dirigentes políticos, pode ser efectuado
com recurso a diferentes instrumentos, entre eles, usa-se habitualmente, por
excelência, a força da lei escrita. Assim, nas relações internacionais públicas,
privadas e comerciais com outros estados e países pode, o poder político, criar
legislação que decreta e considera como estados adversários, ou até inimigos,
com maiores, ou menores, taxas aduaneiras e barreiras alfandegárias,
diferenciadas por produtos e serviços, podendo progredir até ao corte total de
relações diplomáticas e comerciais; no plano interno, o direito económico,
comercial, financeiro e fiscal com impostos e taxas diferenciadas permite
estimular, ou inibir, as áreas da economia e investimento que o poder político
considera prioritário. Efectivamente, as áreas e modos de intervenção e
actuação do poder político são muitas e variadas porém, em termos de política
económica são, frequentemente, utilizados activos e instrumentos financeiros de
controlo, particularmente a moeda, quase-moeda e todos os respectivos similares
e derivados que incluem os vários agregados monetários.
Com o desenvolvimento
cultural, social e tecnológico moderno, associado com as democracias, mais ou
menos, representativas e o comércio mundial, os estados têm, cada vez mais,
estipulado indicadores macroeconómicos capazes de, a todo o momento, fornecer
informações sobre a respectiva economia; também, os grandes objectivos
políticos obedecem, frequentemente a metas económicas balizadas por esses
indicadores. O produto interno bruto (PIB) é, nas economias de mercado,
abertas, um dos maiores indicadores macroeconómicos do crescimento e da
actividade económica; os componentes do PIB são, na óptica da despesa, o consumo
privado e público, o investimento, as exportações e as importações; o saldo da
balança comercial compreende as exportações menos as importações, entretanto,
como é sobejamente conhecido, este saldo da balança comercial é um activo
financeiro de carácter monetário, sendo que, a balança comercial constitui um
dos elementos que integram a estrutura da balança de pagamentos que em conjunto
com outros elementos, designadamente as balanças de capital e financeira vão, na
contabilidade nacional, originar duas contas: a conta corrente (para o comércio
de bens e serviços) e a conta capital e financeira; estas duas contas sumarizam
e controlam as transacções económicas e financeiras de um país. Considerando,
agora, as relações comerciais e financeiras entre um país e os restantes países
do mundo, pode-se afirmar que a taxa de câmbio é um dos indicadores macroeconómicos
mais importantes para medir a força relativa entre países. Os regimes cambiais
podem ser fixos e determinados politicamente ou flutuantes obedecendo às leis
da oferta e da procura no mercado cambial. Obviamente, de acordo com a teoria
dos jogos, pode-se considerar que a oferta e a procura do total de moeda
mundial constituem jogos de soma nula, ou seja, no mercado cambial mundial,
aquilo que um país ganhou, outro ou outros, perderam; no entanto há alterações
políticas, económicas e financeiras, patrocinadas por governos e monopolistas
mundiais, que distorcem a livre ocorrência da oferta e da procura no mercado cambial
mundial. Além de situações políticas extremas como guerras, cataclismos etc., alguns
dos factores, mais importantes, que influenciam a taxa de câmbio são: a taxa de
inflação, a taxa de juros, a balança de pagamentos, a competitividade económica
na produção e comércio internacional de bens e serviços (através da balança
comercial), as transacções comerciais meramente especulativas de moeda e outros
activos financeiros por parte de entidades públicas e organizações financeiras,
a compra e venda de moeda e outros activos financeiros por parte dos bancos
centrais com finalidade reguladora, a variação dos preços mundiais das
commodities. Se as taxas de juro influenciam as taxas de câmbio no curto prazo,
pois, a balança de transacções correntes (ligada à balança comercial) age no
médio prazo e a paridade do poder de compra influência a taxa de câmbio no
longo prazo.
A inflação considerada
habitualmente como a subida contínua e generalizada dos preços, é outro
indicador macroeconómico também encarada, em termos monetaristas, como um
excesso na oferta de moeda; a inflação descontrolada pode causar graves
perturbações no normal funcionamento dos agentes económicos e sociais pelo que
a sua estabilidade implica num controlo necessário e rigoroso por parte do
poder político. Os factores que influenciam a inflação não são meramente de
natureza financeira; não é apenas o excesso de “impressão” e emissão de dinheiro
por parte dos governos e dos respectivos bancos centrais que, ao desvalorizar a
moeda, aumenta a inflação; não é apenas a manifestação de um governo despesista
e gastador que, para saldar as suas contas deficitárias, desenvolve uma
politica tributária cujo agravamento da carga fiscal com impostos indirectos,
se transmite ao consumidor final, reflectindo-se imediatamente na respectiva
subida dos preços; efectivamente, a inflação significa que o volume de
dinheiro, a massa monetária em circulação, é maior que a oferta de bens e
serviços à venda e, por isso, os preços sobem sustentadamente, assim, já contando
com a inflação, as empresas, para manter a margem de lucro, sobem os preços,
por outro lado, os trabalhadores reivindicam maiores salários para manter o
poder de compra; com a subida do custo dos factores de produção como o trabalho
e a matéria-prima, mas também de outros encargos, como a subida dos impostos e
das taxas de juro ou, por vezes, a simples distorção das leis da concorrência,
como nos cartéis, monopólios e oligopólios; tudo conduz a uma diminuição da
produção e da respectiva oferta, com aumento dos preços; esta situação conduz a
uma crise recessiva da actividade económica cujo factor de equilíbrio é,
primordialmente, um aumento do desemprego com agravamento ao sector social
gerando convulsões, greves e violência que os governos procuram controlar; o
facto de a inflação e desemprego terem relação de proporcionalidade inversa,
significa que a taxa de desemprego constitui mais um indicador macroeconómico
sob a alçada do poder político que, normalmente, prefere adoptar políticas de “quase”
pleno emprego. Como a economia real da produção, distribuição e comercialização
de bens e serviços, que satisfazem necessidades humanas, é fundamentalmente
estável, salvo as raras excepções de graves alterações ambientais com
terramotos, secas, trovoadas e degelos, doenças infecto-contagiosas, guerras e
grandes movimentos migratórios, que destroem e diminuem os processos
produtivos; pois, pode-se afirmar, com categoria de verdade, que as crises
económicas têm a sua origem num desequilíbrio primário do sector das
actividades financeiras; incluindo neste sector toda a acção política
financeira, pública e privada.
ECONOMIA PATRICISTA
Economia probabilística
O paralelismo evolutivo do
pensamento científico, entre várias áreas do saber e do conhecimento humano, não
pode escamotear a realidade entre a história do pensamento e das ideias, da
ciência física e as outras áreas do saber, designadamente o pensamento
económico; efectivamente, a física mecanicista surgiu numa altura em que as
ocorrências determinísticas dos fenómenos da vida real, eram tidas como
mecanicamente determinadas; o mundo era encarado como uma máquina cujo
funcionamento estava linearmente determinado em relações de causa a efeito; foi
assim para a física; foi assim para a economia; com efeito, a economia clássica
encarava a formação do preço como uma confrontação e encontro, no mercado,
entre as forças da oferta e as forças da procura, numa causalidade linear e
mecanicamente determinada. A evolução do pensamento científico, em física,
permitiu operar uma transformação conceptual do mecanicismo tradicional para a
física quântica; de facto, em física quântica a incerteza, a aleatoriedade, o
acaso e as probabilidades constituem os fundamentos da racionalidade capaz de explicar
os fenómenos físicos; estabelecido o paralelismo com a ciência económica, constata-se
que as leis mecanicistas, da causalidade linear, entre a oferta e a procura na
formação do preço de mercado, mantêm o seu vigor e validade para com a teoria
económica actual; torna-se, pois, necessária uma nova economia; uma economia
mais actual e adaptada ao modo probabilístico, aleatório e incerto, da cultura
e racionalidade actual; torna-se necessária a economia probabilística.
Efectivamente, a observação evolutiva dos preços no mercado, permite constatar
diferentes preços, diferentes vendedores e diferentes compradores,
respectivamente a oferecer e procurar, a vender e a comprar por diferentes
preços; ou seja, num mesmo mercado, qualquer que seja o produto ou serviço, não
se verifica apenas um preço, não existe apenas um único e só preço de mercado,
existem sim muitos preços; no mercado, existem tantos preços, quantos os
vendedores e os compradores individuais e os acordos de compra e venda firmados
após o resultado das negociações; se for aplicado um estudo estatístico aos
vários preços, encontrados no mercado, para um único produto ou serviço, pois,
verifica-se que, frequentemente, a curva de distribuição desses preços obedece
à estatística da curva normal, com média, mediana e moda coincidentes, assim
como com o desvio padrão e a variância correspondentes, por conseguinte, o
preço de mercado é um preço probabilístico; é a curva de distribuição de
probabilidades que nos oferece, exactamente, a probabilidade de encontrar um
produto no mercado a um determinado preço. Em concreto, na economia probabilística,
não se negam em absoluto as forças da oferta e da procura na determinação dos
preços de mercado, aceita-se que para a formação dos preços há vários factores,
no entanto, a oferta e a procura são apenas dois dos muitos factores
envolvidos, porém, aceita-se que no mercado o preço é uma função de
probabilidade. Se para um mesmo produto ou serviço há vários preços e alguns
coincidem, outros aproximam-se mais entre si, então, a determinação de um preço
em concreto surge como uma função de probabilidades.
Fundamentos da economia probabilística patricista
A economia probabilística de
Patrício Leite, segue dois princípios, leis ou axiomas, fundamentais:
1 – No mercado, os preços
resultantes dos acordos de compra e venda, assumem uma distribuição probabilística.
2 – Existe uma simetria
dualista e indissociável entre o sector da economia real agregada e o sector
financeiro agregado.
Lei da distribuição probabilística dos preços
Em qualquer mercado, independentemente
da sua natureza, da sua dimensão ou localização, quando se pesquisam os preços
de bens económicos e serviços aí transaccionados, verifica-se que estes seguem
uma distribuição probabilística. São muitas as formas de distribuição probabilística
que podem ser classificadas em duas grandes categorias: discretas como, por
exemplo, a distribuição binomial ou a distribuição de Poisson; contínuas como,
por exemplo, a distribuição do qui-quadrado ou, também, a distribuição normal.
A distribuição probabilística
dos preços de um bem económico, ou serviço, num mercado qualquer,
independentemente das suas dimensões, natureza e localização, assume uma forma característica,
de acordo com os vários factores que influenciam esses preços. Assim, quando um
mercado é fortemente regulamentado por um estado legislador intervencionista,
ou quando se verificam distorções ao seu normal funcionamento; como nas
situações de monopólio, oligopólios, cartéis, etc., pois, a curva de
distribuição probabilística dos preços assume uma das muitas formas de
distribuição; por outro lado, num mercado livre, ideal, em concorrência
perfeita, com infinito número de vendedores e infinito número de compradores,
pois, a distribuição probabilística dos preços, nesse mercado, assumirá a forma
de uma curva de Gauss, ou seja, uma distribuição normal.
Lei da simetria dualista do mercado
Em qualquer economia, moderna
e actual, existe um sector financeiro capaz de intermediar e interferir nas
trocas comerciais de serviços e bens económicos, próprios da economia real.
A lei da simetria dualista
assume a indissociabilidade dualista entre a economia real e o sector
financeiro de qualquer economia, assim como a sua simetria funcional; por
conseguinte, a economia real e o sector financeiro funcionam como pares acção –
reacção, de características simétricas e qualquer variação num destes sectores
terá a correspondente variação, de algum modo simétrica, no outro sector do par
acção – reacção, portanto, economia – finanças.
Com o desenvolvimento do sistema
de trocas comerciais, intermediado privilegiadamente pelo sector financeiro e a
distribuição probabilística normal, assume-se que a simetria da curva em
campainha corresponde à curva de Gauss, ou seja, a curva normal; tendo uma das
metades relacionada com o sector da economia real e a outra metade, simétrica,
relacionada com o respectivo sector financeiro.
Explicação das leis fundamentais da economia probabilística
Em economia probabilística,
assume-se que a formação dos preços de mercado, não se deve unicamente às leis
da oferta e da procura, mas sim a muitos e variados factores; obviamente, não
se negam as leis da teoria da oferta e da procura mas, considera-se que estas
funcionam apenas como mais um dos factores a concorrer para a formação dos preços,
firmado após a conclusão da negociação, no contracto de compra e venda; em
qualquer mercado, estes preços variam de contracto para contracto e, na
sequência da sua distribuição, geram uma curva gráfica, em campainha, típica de
uma distribuição normal; sendo metade da curva correspondente ao sector
económico e a outra metade, simétrica, correspondente ao sector financeiro. A
ligação teórica entre a economia tradicional, da oferta e da procura, e a
economia probabilística faz-se, por um lado, no âmbito clássico do pensamento
económico através da escola marginalista que, no limite da elasticidade, dada
pela primeira derivada, vem a fornecer o elemento, ultimo, marginal dado pelo
ponto de inflexão da segunda derivada matemática; obviamente, do lado da economia
probabilística, a observação da curva de distribuição normal acumulada;
portanto, o somatório acumulado dos preços de mercado com distribuição normal,
dá uma curva muito semelhante à da segunda derivada, própria do pensamento
clássico e, por isso, faz a ponte entre as duas teorias económicas;
efectivamente, também se sabe que em termos matemáticos, funções sigmoidais,
com curva sigmoide, como por exemplo a função logística, têm como primeira
derivada matemática uma curva em campainha, típica da distribuição normal de probabilidades;
conclui-se, pois, que a segunda derivada na teoria económica clássica, por mera
semelhança conceptual com a distribuição normal acumulada, própria da teoria
económica probabilística, faz a ponte de ligação, teórica e conceptual, entre
as duas economias.
Considerando agora que a curva
dos vários preços encontrados para um só produto, ou serviço, após os
contractos de compra e venda, assume a forma de um sino ou campainha; curva de
Gauss ou de distribuição normal, em que a média, mediana e moda, coincidem;
considerando também que metade desta curva corresponde ao sector económico e a
outra metade, sua simétrica, corresponde ao sector financeiro; pois, o ponto
médio, ou seja, o valor da média, mediana e moda, iguala e coincide com a semi curva
da economia mais a semi curva, sua simétrica, das finanças; a interpretação
desta ocorrência conclui que esse valor médio coincidente poderá corresponder
às commodities ou matérias – primas que podem funcionar, simultaneamente, como
bem económico no mercado da economia real mas, também, no mercado do sector
financeiro; na realidade, o ouro foi uma matéria – prima que funcionou como
padrão da moeda; actualmente, o padrão ouro foi abandonado e o valor da moeda
tem sido encontrado, na economia tradicional, através de cálculos financeiros;
aceita-se porém que, em economia probabilística o padrão, valor coincidente da
média, mediana e moda, seja aferido pelas commodities que, no mercado, tanto
podem funcionar pelo lado da economia como pelo lado das finanças.
Para concluir, resta agora
afirmar que na criatividade conceptual deste ensaio, apenas se aceita como leis
de verdade axiomática fundamental, a distribuição probabilística dos preços, no
mercado, e a simetria dualista entre o sector da economia real e o sector
financeiro; tudo o restante, mais não são do que constructos conceptuais de
criatividade imaginativa com lógica interna de coerência racional que também
poderiam ser validamente desenvolvidos por outros pensadores da teoria
económica.
Relação entre a economia tradicional e a economia da incerteza
O facto de a teoria económica
necessitar de uma evolução mais adaptada e adequada aos tempos actuais, aos
tempos da incerteza, aos tempos da aleatoriedade, da estatística e das
probabilidades; não invalida, de todo, a velha teoria económica tradicional;
efectivamente, as leis da oferta e da procura continuam a revelar alguma
coerência interna, continuam a fornecer uma teorização compreensiva para grande
parte das ocorrências observadas em economia; simplesmente, a própria teoria
económica tradicional, assim como os vários modelos matemáticos econométricos derivados,
não conseguem uma explicação lógica e coerente para todos os fenómenos
económicos observados, entre muitos outros, não conseguem uma previsão
determinística exacta das crises económicas, do seu inicio, desenvolvimento e desenlace.
A evolução da história da ciência revela que os modelos mecanicistas, exactos e
determinísticos foram substituídos por modelos de incerteza, de aleatoriedade,
de probabilidades e estatística; foi assim com a ciência física, que substituiu
as leis da física clássica pela aleatoriedade probabilística da mecânica
quântica será, agora, assim, com a ciência económica cujas leis clássicas, da
oferta e da procura, serão substituídas pela incerteza da economia probabilística.
Qualquer gestor, designadamente em gestão de projectos de investimento, sabe
que o risco resulta da incerteza; qualquer empresário sabe que o lucro é o
resultado da remuneração do risco associado ao investimento; em qualquer estudo
de mercado, é a incerteza e o risco associado, que se procuram quantificar; o
risco, a incerteza, a estatística e probabilidades, já fazem parte do corpo de
ferramentas práticas em gestão e economia porém, no entanto, ainda não integram
a teoria económica. A nova teoria económica, a economia da incerteza, a
economia da estatística e probabilidades, baseada no método científico:
observação – hipótese – experiência; vem alargar o âmbito da teoria económica
clássica, abrange todos os factos e ocorrências da teoria clássica, numa
explicação mais ampla, mas também integra e explica os novos fenómenos
económicos, observados na actual modernidade tecnológica.
Modelagem matemática e crescimento
Desde o aparecimento da teoria
do crescimento populacional malthusiana, têm surgido várias funções matemáticas
e respectivas curvas gráficas capazes de modelar a variabilidade dos
crescimentos. Ultimamente as curvas sigmoides têm, nesta matéria, manifestado
utilidade preponderante: as titulações de ácido - base na química são
representadas por curvas sigmoides; o crescimento de populações biológicas de vírus,
bactérias ou células tumorais cancerosas são representados por curvas sigmoides
de funções gompertzianas; a função logística e a respectiva curva sigmoide têm
tido utilidade crescente na aplicação da regressão logística em modelagem
matemática econométrica; enfim, são imensas as aplicações de curvas sigmoides a
variadas situações de crescimento. Como já foi observado, os conhecimentos
associados com as leis da oferta e procura; da escola marginalista com
fundamentos nas elasticidades agregadas, ou não, dadas pelas respectivas derivadas
matemáticas dessas leis; dos rendimentos decrescentes aplicados, por exemplo em
gestão da produção; do ponto de inflexão da segunda derivada matemática em
relação com a escola marginalista e o último elemento, ou seja, o ultimo
elemento marginal, na variação da elasticidade; conjuntamente, congregam
manifestações de aplicação da curva sigmoide em modelagem matemática na teoria
económica tradicional.
Modelagem matemática em economia probabilística
Sendo certo que a curva
sigmoide tem intensa aplicabilidade na modelagem matemática da economia tradicional,
também é verdade que da reflexão cognitiva associada com a observação atenta
desta curva, resultam ideias muito interessantes. Efectivamente, se concebermos
a ideia de simetria aplicada à curva sigmoide; ou seja, a curva sigmoide
projectada na sua imagem simétrica, vista num espelho, pois, o resultado conjunto
das duas curvas sigmoides é uma curva representante de uma distribuição normal,
também designada curva de Gauss. Qualquer curva sigmoide, ainda que se trate de
uma curva gompertziana, logística ou outra, conjuntamente com a sua imagem
simétrica, resulta numa curva com a forma da distribuição probabilística normal
ou de Gauss; por corolário antitético, pode-se afirmar qualquer curva normal,
ou de Gauss, resulta e origina, uma curva sigmoide mais a respectiva imagem
simétrica. Em estatística descritiva diz-se que numa curva de distribuição probabilística
normal, ou de Gauss, a média, mediana e moda, são coincidentes.
Qualquer estudo estatístico de
mercado, mostra que em qualquer mercado, qualquer que seja, a funcionar
normalmente, totalmente livre e em infinita concorrência perfeita, a curva de
distribuição probabilística dos preços é normal ou de Gauss; quando surgem
outras curvas de distribuição, como a distribuição qui-quadrado, ou outra,
deve-se pensar que há, nesse mercado, uma anomalia, uma distorção da
concorrência perfeita; não com infinitos compradores e infinitos vendedores mas
sim com fenómenos de monopólio, monopsónio, oligopólio, oligopsónio, cartel
etc., ou então uma restrição à livre concorrência efectuada por restrição
legislativa, ou outra, de um estado dominante e intervencionista.
Sabendo que, como se observou
e descreveu, a curva sigmoide tem intensa aplicação na teoria económica
tradicional como um todo, mas também, especificamente, na causalidade linear e
mecanicista que conduz à formação dos preços de mercado através da oferta e da
procura; reconhecendo que, em conformidade com a estatística descritiva dos
estudos de mercado, a distribuição dos preços, nos mercados completamente livres
e infinitamente concorrenciais, segue uma curva probabilística normal, ou de
Gauss, numa causalidade multifactorial, ou numa multicausalidade factorial,
inerente a aleatoriedade probabilística da nova economia, ou economia
probabilística da incerteza; finalmente, aceitando que a curva normal, ou de
Gauss, resulta do conjunto formado pela curva sigmoide associada à sua respectiva
simétrica imagem de espelho; facilmente se conclui que a nova teoria económica
probabilística integra a teoria económica tradicional, explicando todas as
ocorrências já observadas e explicadas por essa teoria tradicional mais os
fenómenos polémicos como, por exemplo, as crises económicas. Por analogia
comparativa pode-se afirmar que, assim como a física quântica explica todos os
fenómenos da física clássica mais as novas observações do mundo físico; também
a economia probabilística explica todos os fenómenos da economia tradicional
mais as novas observações do mundo económico, sobretudo associadas e
desenvolvidas pelo sector financeiro como, por exemplo, com os novos produtos e
activos financeiros decorrentes dos contractos de derivados financeiros que
incluem as opções binárias, forwards, contractos por diferença (CFD) como os
fundos de investimento exchange traded fund (ETF), entre outros, os SWAP e
muitos mais; a economia probabilística assume particular relevância na
explicação das crises económicas desenvolvidas a partir do sector financeiro.
Mecanismo probabilístico das crises económicas
Aceitando, como já foi
observado e descrito, que o normal funcionamento do sector financeiro funciona
como uma imagem virtual e simétrica, ou seja, uma imagem em espelho, da
economia real de bens e serviços; aceitando as ideias correlacionadas com a
teoria marginalista, em associação com a respectiva matematização de funções
derivadas e primitivas, ou integrais, aplicadas às leis da oferta e da procura;
aceitando a curva sigmóide como representante gráfica da segunda derivada de
uma função, cujo ponto de inflexão corresponde ao último elemento, ou elemento
marginal, em relação com a respectiva elasticidade da oferta ou da procura;
finalmente, aceitando que a curva de distribuição probabilística normal, ou de
Gauss, corresponde a uma curva sigmoide mais a sua respectiva imagem virtual
simétrica, ou seja, respectiva imagem em espelho; muito facilmente se conclui
que a curva de distribuição probabilística do tipo normal, ou de Gauss, traduz
a representação gráfica da economia real, de bens e serviços, mais o normal
funcionamento do respectivo sector financeiro. Assim, quando uma economia real
de bens e serviços mais o sector financeiro estão a funcionar normalmente a
curva matemática de representação gráfica da função é uma curva aproximadamente
do tipo normal, ou de Gauss; em situações de crise económica, a respectiva
representação gráfica pode ser traduzida por qualquer curva como, por exemplo,
a curva típica da distribuição de qui quadrado.
A modelagem matemática, em
termos quantitativos, algébricos, econométricos, pode ser traduzida por muitas,
variadas e diferentes, expressões algébricas, equações ou funções matemáticas;
efectivamente, assim como existem muitas funções matemáticas traduzidas graficamente
por curvas do tipo sigmóide, também existem muitos modelos matemáticos capazes
de traduzir, em termos econométricos, o normal funcionamento de uma economia da
incerteza, uma economia probabilística.
Modelagem matemática econométrica de Patrício Leite
Considerando a economia
probabilística com as respectivas curvas de representação gráfica tipo normal,
ou de Gauss, como resultado da junção de uma curva sigmóide com a sua
simétrica, imagem em espelho; considerando a relação fundamental de Patrício
com a sua respectiva função e uma das suas fórmulas alteradas para o valor zero
(0); considerando também uma das possíveis curvas sigmóides de representação
gráfica de uma das funções relacionadas com a relação fundamental de Patrício
surge pois, em consequência, um dos muitos e possíveis modelos matemáticos
econométricos de Patrício Leite.
Obviamente, a partir da relação fundamental
de Patrício podem ser retiradas várias fórmulas matemáticas e, efectivamente,
muitos mais modelos matemáticos econométricos; se um dos membros da relação
fundamental de Patrício for encarado como um polinómio, constituído por vários
monómios, binómios, etc., pois, cada parte literal dessa expressão algébrica
pode constituir uma variável económica, financeira, ou outra; em cada termo do
polinómio, o coeficiente numérico, que também pode funcionar como variável
econométrica, revela o número de combinações da respectiva linha do triângulo
de Pascal; essa expressão polinomial, como um todo, pode permitir, por exemplo,
uma das várias formas de análise multivariada, porém, é de notar que cada termo
também pode funcionar como variável econométrica. A relação fundamental de
Patrício estabelece, basicamente, uma relação entre as combinações simples, ao
longo de uma linha do triângulo de Pascal, e grupos de arranjos com repetição
cujo número de elementos escolhidos corresponde, sempre, ao valor da respectiva
linha do triângulo de Pascal; esta ocorrência também facilita a modelagem
econométrica de Patrício Leite; efectivamente, a distribuição das combinações
ao longo da linha do triângulo de Pascal segue uma curva de Gauss, uma
distribuição normal, em acordo com a economia probabilística da formação e
distribuição dos preços, nos mercados liberais de concorrência perfeita;
relembra-se que a curva de distribuição normal é o resultado da junção de uma
curva sigmóide com a sua simétrica, imagem em espelho que permite reflectir
mais uma relação entre a economia tradicional e a economia probabilística
aplicadas ao estudo do crescimento e das crises económicas.
Avançando para a função de
Patrício torna-se possível ampliar os resultados, com maior número de modelos
econométricos encontrados; efectivamente surge a possibilidade de definir novas
variáveis aplicadas aos mercados, económico e financeiro, como um todo; a
qualquer destes mercados considerado separadamente, ou até, a variáveis micro
ou macroeconómicas isoladas.
Como em qualquer modelagem a
dificuldade consiste apenas na imaginação criativa e capaz de reflectir a
realidade com o máximo rigor e precisão.
Primeiro a partir da relação
fundamental de Patrício e posteriormente da respectiva função, torna-se
possível desenvolver e extrair novas expressões algébricas e funções, como a
função zero de Patrício, capazes de multiplicar e compor imensos modelos
matemáticos econométricos aplicados a um sem número de situações económicas e
financeiras.
Para complementar a exposição
teórica sobre as imensas possibilidades de modelagem matemática, em econometria
das crises e mercados financeiros, ou outras, que a relação fundamental de
Patrício e respectivas funções relacionadas permitem, pois, efectua-se de
seguida, uma aplicação hipotética, fantasiada e simples, de modelagem
econométrica, cuja adequação com a realidade nunca foi testada e cujo
propósito, meramente académico, pretende apenas ilustrar a facilidade com que
se podem desenvolver modelos matemáticos simples em economia financeira a
partir da relação fundamental de Patrício.
Exemplo simples e hipotético com modelagem de Patrício Leite em
economia financeira
Vamos considerar uma hipótese
de evolução da economia e finanças de uma determinada comunidade. Partindo do
princípio que a economia real, portanto, a economia dos bens e serviços,
produzidos, distribuídos e comercializados, não se alterou, resulta que um lado
da equação, ou seja, o lado da economia real, também se não alterou, não
variou, o seu valor é pois nulo, zero (0).
Aceitando que apenas ocorrem
alterações na situação financeira dessa comunidade, pois, generaliza-se a
aceitação para todo o agregado financeiro, por conseguinte, aceitam-se
alterações na variabilidade conjunta de todo o agregado monetário incluindo não
apenas os muitos e variados tipos de depósitos bancários mas também todos os títulos
de crédito como as letras de câmbio, livranças, cheques, etc., até a capacidade
de transaccionar pelo uso dos cartões de crédito; também se aceitam as
variações que ocorrem nas acções, obrigações e outros activos financeiros, mais
as variações de títulos, obrigações do tesouro e outros similares injectados,
ou comprados, pelo estado, na economia; mais todos os derivados financeiros
incluindo os contractos de futuros, derivados, opções, etc., mais o mercado
monetário de compra e venda de moeda pelo estado, assim como dívida pública;
mais as alterações do mercado cambial com a oferta e procura de moeda no
mercado internacional e respectiva saída ou entrada no mercado nacional; enfim,
a totalidade do agregado financeiro é aqui incluída e estudada em associação
com a variação da variável temporal k.
As matérias-primas, ou commodities,
funcionam como um elemento próprio da economia real, na medida em que integram
e são consumidas na produção de bens e serviços; por outro lado, os mercados
internacionais das commodities também as usam, frequentemente, como uma forma
de moeda de troca a funcionar como um activo financeiro; outras situações, como
por exemplo, a alocação de recursos, como edifícios e outras estruturas de
suporte, conjuntamente com funcionários e trabalhadores, nos mercados puramente
financeiros, podem constituir uma fonte de erro capaz de produzir estudos com
igual, ou semelhante, modelagem económica financeira mas com diferentes resultados;
assim, como sempre ocorre em ciência, qualquer estudo deve clarificar e
quantificar operacionalmente as suas variáveis a fim de eliminar confusões.
Para já, sabendo que o exemplo de modelagem, aqui e agora expresso, é simples e
meramente hipotético, pois, considera-se bastante a designação do tempo como
variável k, sendo esta variável k temporal e anual em relação associativa com a
variação total e também anual da totalidade dos activos e agregados
financeiros.
Uma outra variável, aqui
designada por n, diz respeito, de um modo geral, aos objectivos, metas ou
finalidades, que se pretendem atingir no futuro, por conseguinte, diz respeito
ao tempo, ao intervalo de tempo, à quantificação do tempo ou de variáveis,
frequentemente, mas nem sempre, relacionadas com o tempo, com o futuro; estes
objectivos tanto podem contemplar a economia real agregada como os activos
financeiros agregados; porém, também podem visar o valor do mercado económico,
ou financeiro, de uma comunidade, como um todo; qualquer que seja a variável
considerada para a designação de n, parece boa norma que esta se relacione com
uma posição a atingir no futuro, por conseguinte, com objectivos, metas ou
finalidades, que virão a ser atingidos no futuro.
Finalmente surge uma variável
designada por z, que diz respeito, de um modo geral, à posição inicial, à
posição de partida, à posição presente; tanto podendo contemplar a economia ou
as finanças, como o mercado global a partir do qual se desenvolvem as
actividades conducentes a um resultado futuro, por conseguinte, conducentes e
relacionadas com a variável n; define-se pois, uma posição de partida e uma
posição de chegada; considerando z como a variável de partida e n como a
variável de chegada. De notar que o valor da variável z não interfere nos
resultados finais, mas apenas na amplitude das variações no decorrer do
percurso processual, por conseguinte, ela pode tomar qualquer valor de partida.
Se, por mero exercício hipotético
académico, fosse considerado um exemplo de modelagem económica financeira da
inflação a partir da massa monetária, pois, em coerência racional, seria de
considerar que numa grande economia e com elevada massa monetária em
circulação, aumentar a taxa de inflação em apenas 1% implicaria uma maior
injecção de moeda, que poderia ser efectuada num único episódio ou por etapas
sucessivas e seriadas; obviamente, o valor da variável n, ou seja, o valor do
resultado final a atingir seria sempre 1% da variação da taxa de inflação,
porém, tendo em atenção a conformidade com o valor inicial da massa monetária,
ou seja, o valor de partida, o valor da variável z, assim teria de ser considerada
a quantidade de massa monetária necessária para injectar em circulação, efectuada
num único episódio ou, então, por etapas sucessivas.
Caracterização do valor das variáveis
Considerando que nas situações
de normal funcionamento dos mercados, livres e concorrenciais, a função zero de
Patrício Leite define uma equação cuja economia real tem como imagem simétrica,
em espelho, o sector financeiro e que o valor da economia real não se alterou, surge,
pois, deste lado da equação, o valor zero; por conseguinte, é do lado do sector
financeiro que tudo se vai desenvolver; assim, em conformidade com a função
zero de Patrício Leite cuja equação:
0 = Σnk=0(nk)(-1)k(n+z-k)n-1
traduz, neste exemplo meramente
hipotético, de uma lado a economia real que se não altera e, por isso, assume o
valor constante e igual a zero (0); do outro lado, o respectivo membro desta
equação traduz a totalidade agregada do sector financeiro que sofre alterações
de acordo com as três variáveis aqui incluídas: n, z, k.
Considera-se, numa
arbitrariedade hipotética, o valor z = 3, como sendo o valor de partida, ou
seja, o valor inicial correspondente às unidades de partida do sector
financeiro.
Considera-se, numa
arbitrariedade hipotética, o valor n = 10, como sendo o valor de chegada, ou
seja, o valor final que pode corresponder a qualquer unidade desejada; por
exemplo, aqui, pode corresponder ao tempo de chegada, ou seja, ao tempo em
anos, portanto 10 anos, respeitante à duração de um ciclo económico.
Considera-se a variável k como
sendo o decurso anual do tempo, ou seja, a unidade de tempo aqui considerada é
o ano assim, o valor do tempo, medido por k, decorre ano – por- ano.
Considera-se também,
finalmente, que nesta situação hipotética concreta, a totalidade agregada do
valor do sector financeiro, aqui expressa anualmente pelo respectivo membro da
equação, se vai alterando ao longo dos dez anos considerados, pelo que funciona
como variável anual.
Dados e valores numéricos
Considerando a função zero de
Patrício Leite:
0 = Σnk=0(nk)(-1)k(n+z-k)n-1
Considerando os dados que
foram atribuídos às variáveis desta função; considerando também alguns cálculos
numéricos simples e imediatos, que foram realizados seguindo a função zero de
Patrício; pois, surge a seguinte tabela de disposição demonstrativa:
Gráfico de alguns destes dados e valores numéricos
Obviamente, está aqui
apresentado apenas um desenvolvimento muito simples, pictórico, ilustrativo e
didáctico dos cálculos, valores numéricos e respectivo gráfico.
Uma das interpretações do
gráfico, aqui apresentado, permite verificar o modo como ao longo de um ciclo
económico, aqui considerado de 10 anos, o valor total anual do sector
financeiro agregado varia tendencialmente, ao longo do tempo anual, traduzido
pela variável K. Como se pode observar, neste gráfico, a variável k, coincide
com os dados ordenados pelo eixo das abcissas; no entanto, tal poderia não
ocorrer. O que esta relação entre a variável k e a variável correspondente ao
valor global anual do sector financeiro pretende demonstrar é a tendência do
contributo de cada variável, ao longo do tempo, para o total final que, nesta
situação concreta, ao fim de 10 anos, é nulo ou zero (0). Efectivamente, se a
economia real agregada não variou, pois, o sector financeiro agregado também
não pode variar para se manter um equilíbrio económico sem crises e sem grandes
oscilações previsionais; para conseguir esse equilíbrio económico, pois, o
sector financeiro como um todo agregado e equilibrado, terá de seguir, ao longo
de cada ano, num ciclo considerado de 10 anos, as curvas aqui delimitadas.
Comentários sobre este exemplo hipotético
O exemplo hipotético aqui
fornecido tem apenas o propósito didáctico e ilustrativo de mostrar que a
modelagem económica financeira de Patrício Leite tem aplicabilidade prática e
simples; obviamente quem desejar criar verdadeiros modelos econométricos, de
natureza, económica, financeira, de gestão etc., ou qualquer outra previsionabilidade
em micro ou macroeconomia probabilística terá sempre que dispensar mais algum tempo
a procurar, e identificar, as variáveis capazes de alterar os factores
condicionantes dos preços nos mercados; também é certo que a interpretação
muito simples e directa, aqui exposta, não tem qualquer tradução com a
realidade; muitas serão as interpretações para as mesmas ocorrências e muitas
serão as ocorrências significativas; por exemplo, a variável z, que não
interfere com o resultado final da função de Patrício, pode resultar de uma
função constituída por muitas outras variáveis, mas também das inferências estatísticas
relacionadas com a análise multivariada, regressão linear ou regressão logística;
tudo integrado, desde que estes estudos com múltiplas variáveis conduzam a um
valor constante que depois será integradamente introduzido como variável z, na
função de Patrício, e suas respectivas relacionadas, ampliando o âmbito da
abrangência.
Avanços importantes na modelagem económica probabilística de Patrício
Observando atentamente a
função de Patrício e as restantes que dela resultaram, comprova-se o somatório
de coeficientes, ou números, binomiais ao longo de cada linha do triângulo
aritmético, ou de Pascal; como se sabe os coeficientes binomiais referem-se às
combinações simples, ou sem repetição; comprova-se também que, ao longo da
mesma linha do triângulo de Pascal a distribuição dos grupos de combinações simples
segue uma distribuição típica com curva normal, ou de Gauss.
Partindo do exemplo hipotético
acima ilustrado, mostra-se uma distribuição das combinações simples ao longo da
linha n = 10 do triângulo de Pascal e a sua relação com os valores de k os
quais são designados termos complementares do coeficiente binomial e determinam
a classe de combinações, com n termos k a k. O esquema gráfico mostra que
existe um ponto em que ambas as curvas gráficas se encontram num valor
coincidente entre o número de elementos do conjunto total e o número de
elementos do subconjunto.
Em termos económicos ficou
estabelecido nas leis da economia probabilística (lei da simetria dualista do
mercado e lei da distribuição probabilística dos preços) que a distribuição
probabilística dos preços tipo normal, ou de Gauss, apenas surge num mercado
completamente livre, em concorrência perfeita e com infinitos compradores e
infinitos vendedores; nos restantes mercados a aproximação à curva normal, pode
ser maior ou menor dependendo do grau de liberdade desses mercados;
efectivamente, sabe-se que outras distribuições, como por exemplo, a
distribuição tipo qui quadrado, mas também a distribuição tipo t de student, se
vão aproximando e igualando cada vez mais da distribuição normal, ou de Gauss,
conforme aumenta o grau de liberdade; este fenómeno que ocorre na matemática estatística
e probabilidades também ocorre na economia probabilística.
Se as leis da oferta e da
procura, desenvolvidas pela economia tradicional, a partir da investigação
sobre a natureza e a causa da riqueza das nações de Adam Smith, se referem a
mercados livres e perfeitamente concorrenciais, sem a interferência de quaisquer
factores, públicos ou privados, capazes de distorcer o seu funcionamento
perfeito; se para a nova economia probabilística de Patrício Teixeira Leite, a
distribuição dos preços nos mercados, se efectua através de uma curva tipo
normal, ou de Gauss, apenas em mercados completamente livres, em infinita
concorrência perfeita, portanto sem qualquer interferência de factores
externos, quer públicos, quer privados; se para a economia probabilística de
Patrício, a formação dos preços de mercado depende de muitos e imensos
factores, constituindo a confrontação entre a oferta e a procura, da economia
tradicional, apenas mais um desses factores; torna-se, por demais, evidente que
em comparação analógica com o estipulado para a economia tradicional, também em
economia probabilística os mercados, ainda que livres e concorrenciais,
funcionam numa realidade concreta que apenas os faz aproximar, mais ou menos,
da perfeição, os mercados nunca funcionam na perfeição, funcionam sim, numa
realidade, mais ou menos, aproximada dessa perfeição. Se em economia
probabilística os mercados funcionassem em condições perfeitamente, livres e concorrenciais,
pois, a curva de distribuição dos preços, nesses mercados perfeitos seria, de
acordo com a lei da simetria dualista do mercado, perfeitamente simétrica,
seria uma curva normal ou de Gauss e, matematicamente, seria traduzida e
descrita pela distribuição normal dos coeficientes binomiais, ou seja, as combinações
simples, ao longo da linha do triângulo aritmético, ou de Pascal; como no
mercado probabilístico, há imensos factores a interferir na realidade da
formação dos preços, pois, apenas a distribuição das combinações simples não
chega, não basta, não é suficiente; torna-se fundamentalmente necessária a
aplicação das várias funções matemáticas de Patrício Leite na modelagem
económica probabilística.
Síntese conclusiva
O desenvolvimento histórico do
pensamento económico procurou um rigor crescente, cada vez mais, fundamentado
na matemática; primeiro determinística, com as leis da oferta e da procura,
agora probabilística, com as leis fundamentais da economia probabilística;
porém, como em ciência, não poderia deixar de ser, as duas teorias económicas
interligam-se; a teoria da economia probabilística integra toda a teoria
tradicional, explicando todos os fenómenos das leis da oferta e da procura,
porém, vai muito mais longe, pois, compreende e explica também os novos fenómenos
financeiros, humanamente criados e capazes de gerar crises económicas cíclicas.
A partir das leis da oferta e
da procura iniciais, o pensamento económico evoluiu para a revolução do
marginalismo, por conseguinte, a escola económica do pensamento marginal
cresceu e expandiu-se para todas as áreas da economia e gestão; nos mercados, parece
que com o elemento marginal, ou seja, o último elemento resultante da
variabilidade da elasticidade, se atinge a plena eficiência e eficácia do
funcionamento de mercado.
Sabe-se que a variação da oferta
ou da procura, de um bem económico, com o seu preço, define as respectivas
elasticidades de mercado da oferta ou da procura; matematicamente, essas elasticidades
são definidas através da primeira derivada, respectivamente das funções, oferta
ou procura; no entanto, sabe-se que a elasticidade também varia, por vezes
varia muito, outras vezes varia pouco, porém, também varia e a sua variação, a
variação da elasticidade define o marginalismo; quando a variação da
elasticidade termina, acaba ou pára de variar, com ou sem ruptura, atinge-se o
último elemento marginal; matematicamente, a variação da elasticidade é
definida através da segunda derivada das respectivas funções da oferta ou da
procura de mercado; por conseguinte, se a primeira derivada matemática das
funções oferta ou procura origina a respectiva elasticidade de mercado,
entende-se que a sua segunda derivada matemática origina o marginalismo. Matematicamente,
a primeira derivada, ou derivada de primeira ordem, traduz a variação de uma
grandeza em relação com outra grandeza e a segunda derivada, ou derivada de
segunda ordem, traduz a variação da variação, ou seja, a segunda derivada
traduz uma variação de segunda ordem, ou uma segunda ordem de variação. É
através da segunda derivada matemática das leis económicas da oferta e da
procura, que o pensamento económico tradicional, usando o correspondente pensamento
da sua escola marginalista, faz a ligação com a nova economia probabilística
patricista; efectivamente, a segunda derivada matemática tem um ponto,
designado ponto de inflexão que corresponde ao ponto em que muda o sentido da
concavidade da curva original; o ponto de inflexão é extraordinariamente
importante, pois, define e delimita matematicamente a máxima eficácia e
eficiência dos mercados ideais e de toda a economia e gestão; o ponto de
inflexão é também muito importante, pois, faz matematicamente a correspondente
transição entre a teoria económica tradicional e a nova teoria económica
probabilística patricista; por conseguinte, o ponto de inflexão correspondente
matematicamente, na segunda derivada, à mudança da concavidade nas curvas da
oferta e da procura representa, na economia tradicional, o último elemento
marginal da variação das respectivas elasticidades, porém, na economia
probabilística, este exacto ponto de inflexão vai também corresponder exactamente
aquele ponto em que a concavidade da curva sigmóide de distribuição normal
acumulada muda o seu sentido; sabe-se que a função de distribuição normal
acumulada resulta da integral da curva de distribuição normal, ou de Gauss;
sabe-se que a integração, ou primitivação de uma função num determinado
intervalo, corresponde à respectiva primitivação dessa função nesse intervalo,
por conseguinte, os processos matemáticos inversos de primitivação e derivação
permitem explicar o funcionamento ideal de uma economia. Se a curva em forma de
sino, ou campainha, da distribuição normal de probabilidades resulta da
derivação da sua função de distribuição normal acumulada pois também se pode
afirmar, com categoria de verdade matemática, que a sua antiderivada, ou seja a
curva sinusóide da distribuição normal acumulada resulta da primitivação da
respectiva curva normal, ou de Gauss. Por conexão matemática, directa e
imediata, estabelecem-se correspondências entre a economia tradicional e a
economia probabilística; de facto, o ultimo elemento marginal, ou seja, o ponto
de inflexão da segunda derivada das leis da oferta e da procura tem
correspondência com o exacto ponto de inflexão da curva sinusóide referente à
distribuição normal acumulada que, por sua vez, corresponde ao ponto da média,
mediana e moda, da curva, em sino, da distribuição normal, ou de Gauss que, por
sua vez, é a derivada matemática da função de distribuição normal acumulada.
Agora, efectuando um simples estudo de mercado, com aferição da respectiva
distribuição normal dos preços, imediatamente, o conhecimento das leis
fundamentais da economia probabilística, ou seja, o conhecimento da lei da
distribuição probabilística dos preços e da lei da simetria dualista do mercado,
permitiriam prever o desenvolvimento de toda a economia; no entanto, convém
sempre recordar que a teoria aborda uma situação ideal com um mercado
completamente livre, sem intervenções que o distorçam, em infinita
concorrência, tanto do lado da oferta como do lado da procura, portanto, com
infinitos compradores e infinitos vendedores; sabe-se que estas condições
ideais são impossíveis de verificar nos mercados concretos da vida quotidiana.
Num mercado ideal os grupos de combinações simples dos preços, seguem uma
distribuição simétrica típica, ao longo da mesma linha do triângulo de Pascal,
com curva normal ou de Gauss; em qualquer mercado concreto da vida quotidiana,
os preços não dependem apenas do ideal da oferta e da procura mas de um imenso
número de factores da vida real que distorcem a simetria; nos mercados
concretos e reais da vida quotidiana, as interacções entre os vários factores
determinantes dos preços são estabelecidas pela relação fundamental de
Patrício, que originou as fórmulas e funções de Patrício; finalmente, é através
da ordem das interacções entre os factoriais ou permutações, de um lado da
equação, e as combinações simples mais os arranjos com repetição, estes últimos,
correspondentes ao coeficiente potencial, do outro lado da equação, que se
torna evidente a modelagem económica probabilística de Patrício.
RECESSÃO ECONÓMICA NA EUROPA
Factores desencadeantes da próxima recessão económica
A última crise com recessão
económica que se verificou na Europa teve como pano de fundo a falta de
confiança com dificuldade de liquidez por parte dos agentes económicos; na
ânsia de ultrapassar essa situação e terminar com a falta de liquidez na
Europa, o euro sistema, por intermédio do respectivo Banco Central Europeu, decidiu
criar liquidez excedentária com acesso facilitado e ilimitado ao crédito,
portanto as instituições bancárias e financeiras, da Europa, podem ter acesso ao
crédito do Banco Central a custo zero, ou seja a taxa de juro cobrada é zero,
por conseguinte, isto irá aumentar a massa monetária em circulação aumentando,
assim, enormemente a inflação, simplesmente, por excesso da oferta de moeda em
circulação, no entanto para controlar engenhosamente a inflação na zona euro e,
ainda assim, reconhecendo a avidez por dinheiro dos banqueiros e especuladores,
facilitar o acesso ilimitado ao crédito e ao dinheiro barato, pois, o Banco
Central Europeu decidiu que para acederem ao crédito do Banco Central as
instituições financeiras têm apenas de prestar uma garantia com activos
financeiros considerados elegíveis; é aqui que ocorre a fraude que grassa nas
instituições financeiras da Europa; de facto, as instituições financeiras
europeias, para terem acesso facilitado ao crédito estão a criar, uma economia
fictícia, estão a criar activos financeiros que não têm tradução com a economia
real, por conseguinte, com a anuência do Banco Central Europeu e dos dirigentes
políticos, ao mais elevado nível, da Europa, as instituições financeiras criam
activos financeiros fictícios e sem tradução na economia real e que dão como
garantia ao Banco Central Europeu, têm assim acesso ilimitado ao crédito e
liquidez que, sem aumentar a inflação, usam para negociar num outro ramo, ou
sector, do mercado financeiro, ou seja, no mercado mundial de câmbio; compram
várias moedas do sistema monetário internacional e, curiosamente, imagine-se,
chegam a comprar Euros com Euros, compram a descoberto, compram moeda em
mercado de futuros e derivados, compram Euros com Euros a descoberto, com
elevada alavancagem que coloca gravemente em risco de recessão toda a economia
da Europa; alteram drasticamente o valor da moeda, do Euro, num sistema de
pirâmide circular com bolha especulativa pela criação de activos financeiros
fictícios, sem tradução na economia real que hipervaloriza um outro activo do
mercado cambial, a moeda. Este sistema, engenhoso, de aumentar a massa
monetária em circulação mas sem aumentar a inflação está a permitir uma bolha
económica de activos monetários e financeiros que vai brevemente rebentar
causando a próxima crise económica com recessão, desta vez, eventualmente mundial.
A política económica europeia na origem da crise recessiva
A economia europeia tem estado
a desobedecer, significativamente, às leis fundamentais da economia probabilística;
efectivamente, a curva da lei da distribuição probabilística dos preços está,
cada vez mais, a afastar-se da sua forma simétrica ideal, também não tem
seguido a modelagem económica probabilística de Patrício; a economia europeia
está descontrolada, ou melhor, está a ser controlada por um mecanismo arcaico e
ineficaz; a crise com recessão económica, na Europa, avança a passos largos.
Há um erro sistemático que
corrompe todos os cálculos contabilísticos referentes às várias contabilidades
nacionais, próprias de cada estado membro, mas também da contabilidade na
região económica europeia, como um todo; este erro sistemático é político,
legislativo, a sua essência radica na lei, nas regras e normas da contabilidade
pública na união europeia, sobretudo no sector financeiro; estas leis, regras e
normas da contabilidade pública europeia, permitem a demonstração de resultados
com superávites orçamentais de alguns estados membros mas também o equilíbrio
orçamental de toda a união europeia; porém, essas leis, normas jurídicas e
regras contabilísticas estão corrompidas; a consolidação contabilística, das
contas, na união europeia sofre de um erro sistemático que induz equilíbrios
orçamentais sem qualquer correspondência com a realidade económica, sem
qualquer correspondência com o desenvolvimento e evolução da economia real; por
conseguinte, são irreais, são fantasiados e estão a conduzir a Europa para uma
grave recessão económica. É certo que o tribunal de contas europeu, ao longo
dos anos, nas suas auditorias e respectivas declarações anuais de fiabilidade,
não tem dado uma declaração completa positiva às contas da união europeia, tem
feito isso por reconhecer erros aleatórios sobretudo relacionados com o
crescimento económico em irregularidades nas operações subjacentes às relações
financeiras entre o sector público e o privado; porém, ainda que o tribunal de
contas europeu atribuísse uma fiabilidade positiva completa, isso apenas
significaria que não reconhecia erros aleatórios, no entanto, o erro
sistemático permanece; é a legislação contabilística europeia que está errada,
o próprio tribunal de contas está corrompido por esse erro legislativo
sistemático. Este erro sistemático provoca distorções nas relações comerciais
internacionais, com aparente e ilusório lucro, ou ganho, financeiro para a
Europa mas profundo e real prejuízo económico estrutural, persistente,
crescente e significativo, para uma união europeia que está a perder,
sistematicamente, a sua soberania; os países e blocos económicos, sobretudo asiáticos,
que realizam transacções comerciais com a Europa conhecem o referido erro
sistemático, no entanto, estrategicamente, sabem que estão agora a comprar
financeiramente a economia do mercado europeu para, mais tarde, exercerem a sua
soberania política sobre toda a Europa.
Início e evolução da crise económica com recessão na Europa
Qualquer pessoa que,
deslocando-se num mercado europeu, procure a origem e fabrico dos produtos e
bens económicos aí comercializados verificará, imediatamente, que a grande maior
parte tem proveniência de países asiáticos. Efectivamente, em defesa de uma
economia global, de um liberalismo de mercado, aberto e global; as grandes
empresas ocidentais, sobretudo europeias, na procura de mão-de-obra e trabalho
baratos, estão a deslocalizar o seu sector produtivo para os países asiáticos.
A Europa está a promover o desenvolvimento do seu próprio sector financeiro
mas, também, simultaneamente, da indústria transformadora asiática; enquanto
aposta na evolução do sector terciário da sua economia, sobretudo o sector
financeiro, a Europa patrocina e promove o desenvolvimento do sector secundário
da economia asiática. É certo que o conhecimento, a imaginação criativa e a
inovação, pertencendo ao sector terciário dos serviços, permitem o crescimento
da robótica numa automação, cada vez maior, dos processos produtivos; mas também
é certo que a espionagem empresarial e política, continuam a deslocar os
segredos das patentes para países asiáticos; se no muito longo prazo, com a
robotização crescente, o sector terciário da economia comandará o exercício do
poder político, pois, no médio longo prazo é o sector secundário quem o
continua a controlar; o domínio do sector secundário da economia mundial, pelos
países asiáticos vai-lhes permitir o domínio político na hegemonia do mundo.
Enquanto a economia real
asiática cresce, se expande e invade a Europa com os seus produtos, com os seus
bens económicos, realmente escassos e necessários para a sobrevivência da cada
pessoa individualmente e da humanidade, como um todo; pois, a Europa continua
com os seus subterfúgios a desenvolver uma economia fictícia, a desenvolver
aceleradamente um sector financeiro sem qualquer tradução com a realidade da
economia real, um sector financeiro excessivamente inflacionado que asfixia a
economia real; uma criação exagerada de activos financeiros, como se as pessoas
conseguissem alimentar-se, vestir-se ou satisfazer as suas necessidades reais
apenas com papel – dinheiro. É certo que as pessoas, na Europa, sentem
verdadeiramente que têm onde se abastecer, sentem que têm os mercados repletos
de produtos e bens, prontos a ser consumidos; mas também é certo que esses
produtos são importados, são provenientes do exterior, são exageradamente
importados a partir dos mercados asiáticos. É certo que nas contabilidades
nacionais de muitos países da Europa e também da comunidade europeia, como um
todo; o saldo da balança comercial é positivo, parece existir um superavit, parece existir um
excedente comercial com a exportação de bens e serviços a superar as
importações; mas também é certo que a avaliação contabilística do saldo da
balança comercial é efectuada mediante o uso de um dos, modernamente,
designados activos financeiros: dinheiro - euro; o sistema financeiro europeu,
a agregação completa, de todos os tipos de activos financeiros da Europa,
incluindo o dinheiro - euro, constitui uma intrujice, um engano, uma mentira; o
sistema financeiro europeu agregado, protegido pela legalidade legislativa dos
políticos está, maliciosamente, a enganar as pessoas e as contas públicas da
comunidade europeia e dos países que a integram. É certo que no mercado de
câmbio a estabilidade do euro é notória, até se tem valorizado face ao dólar;
no comércio internacional, o mercado financeiro europeu de câmbio ou forex, o
euro goza de confiança e prestígio reconhecido pela sua aparente estabilidade,
no entanto, essa estabilidade aparente é apenas uma ilusão, enganosa,
resultante de manobras “subterrâneas” de pura engenharia financeira, legalmente
protegida, mas sem qualquer tradução com a realidade económica da Europa; o
banco central europeu, os bancos centrais dos países que integram a Europa, os
bancos comerciais públicos e privados as, muitas e variadas, restantes
instituições financeiras, públicas e privadas, da Europa, actuam
concertadamente, numa espécie de cartelização corporativa, enganosa mas legalmente
protegida, para controlar todo sector financeiro europeu agregado; as
engenhosas manobras financeiras camufladas são tão arrojadas que, para enganar
a contabilidade, pública e privada, criam uma diversidade de activos meramente
financeiros que não só iludem e escondem as verdadeiras contas como, numa
espécie de circularidade financeira chegam, paradoxalmente, a comprar euros com
euros numa pirâmide financeira com formação de uma bolha (financeira) que ao
rebentar vai arrasar toda a Europa comunitária. É certo que nas relações
comerciais da Europa com o resto do mundo a balança de pagamentos parece manter-se
estavelmente excedentária, porém, isso deve-se meramente aos saldos positivos
das balanças de capital e financeira, por conseguinte, apenas activos
financeiros que em associação com as manobras de engenharia financeira
enganosa, algumas das quais já aqui descritas vão, maldosamente, iludir a
balança corrente no, aparente, superavit
do saldo da balança comercial. É certo que os vários países do mundo, que
mantêm relações comerciais com a Europa, sobretudo os asiáticos, sabem e conhecem
pormenorizadamente as manobras e estratagemas que fragilizam esta economia
real, por propiciar uma bolha financeira especulativa cujo rebentamento vai
arrasar a Europa, no entanto, sabem também que uma economia real europeia
frágil facilita a sua conquista política.
Finalmente, é também
validamente certo, que vários países do mundo, sobretudo asiáticos, nas suas
relações internacionais, públicas e privadas, com a Europa e os seus dirigentes
políticos, reconhecem a vontade que estes sentem de manter perpetuamente o
poder pessoal; nem que para isso tenham volitiva e dolosamente de arrasar a
Europa; os políticos para manter a sua estabilidade no poder necessitam de
controlar variáveis macroeconómicas como, por exemplo, o crescimento do produto
interno bruto, a estabilidade das taxas de inflação e de câmbio, o desemprego
etc., por conseguinte, criam empregos desnecessários e não produtivos, no
sector meramente financeiro, para manter as pessoas ocupadas, conformadas e
consumistas; numa economia de consumo especulativo sucessivamente deficitária que,
apesar de esconder ardilosamente as suas dívidas, na pureza da verdade, amplia
excessivamente o seu défice externo com repercussões na economia real.
Os europeus, com a ilusão enganosa
de um sector financeiro forte e pujante, estão a consumir no presente, os
produtos e mercadorias do sector primário e secundário da economia real asiática
cujo trabalho, produção e poupança, aliados a uma estrutura económica eficaz e
eficiente, vão permitir e favorecer, no futuro, a subjugação da Europa a uma
soberania asiática capaz de conquistar e controlar a hegemonia do poder
político mundial.
A solução da crise recessiva económica na Europa
Resumidamente, a solução da
crise que avança, a passos largos, para uma recessão económica na Europa, passa
pelo cumprimento das leis fundamentais da economia probabilística em conjugação
com um planeamento econométrico quantitativo e baseado nos teoremas, próprios
ou derivados, da modelagem económica probabilística.
Doutor Patrício Leite, 23 de Abril de 2019