A ciência ainda aceita a
realidade física existencial do mundo como independente do ser que o observa,
sente e pensa. Os cientistas e a população em geral, aceitam a existência de
uma realidade independente do ser que a observa; aceitam também que o homem,
pela sua acção concreta muda a realidade e o ambiente que o cerca mas, não muda
as leis físicas, regras, princípios ou padrões fundamentais dessa realidade
física. Assim, o homem descobre esses padrões e leis físicas, desenvolve a
ciência-técnica e por esta, altera a natureza e o ambiente mas, sempre dentro
das leis físicas inerentes a essa mesma realidade, que os cientistas descobrem
mas não conseguem modificar. Aceita-se actualmente o princípio da incerteza, ou
seja, o observador para observar, tem de fornecer alguma energia ao observado,
o que vai deturpar os resultados acerca do observado em si mesmo; no entanto
paradoxalmente mantém-se a crença de que o observado mantêm uma realidade
existencial com normas, leis e padrões independentes do observador. Quando se
aceita uma dualidade onda-partícula para a luz, mas também para outras
partículas subatómicas e, porque não, até macroscópicas; ou seja todo o
movimento é, em última instância, ondulatório entre duas superfícies de campos
contíguos. Quando se aceita a dualidade da matéria como tudo o que tem massa e
ocupa espaço e dai a física da matéria condensada mas também a mecânica de
fluidos, cujas leis ou regras matemáticas para ser válidas têm de ser aplicadas
a qualquer estado da matéria e levar aos mesmos resultados; ou seja tudo é
fluido, com maior ou menor viscosidade. Quando os modelos da física teórica
prevêem o bosão de Higgs e depois o ser humano, a modo da típica
racionalização, como defesa do ego, arranja razão para ter razão e constrói
aparelhos que o vão levar a essa provocada descoberta, mas não a outra.
Finalmente, quando é pela matemática, autêntica criação do homem, que se
estabelecem as regras, princípios ou leis físicas da natureza; pois
forçosamente se conclui que essas regras, leis ou padrões da realidade física observados,
não são imutáveis mas evoluem com o observador. Jamais o homem vai descobrir as
leis fundamentais da natureza pois elas não existem, evoluem naturalmente e
também são criadas pelo próprio homem. O sujeito e o objecto autoconstroem-se
em permanente mudança. O observador e o observado integram a realidade
existencial com tal grandeza física dualisticamente identitária que estudar
apenas uma não conduz a resultados satisfatórios. A matemática actual ainda não
permite esta façanha, a matemática dos numeretos será conclusiva. Doutor Patrício Leite, 5 de Abril de 2013