Qualquer interacção humana, desenvolve-se sempre num
determinado ambiente, num determinado contexto. A psicanalogia contextual procura
padrões de repetição entre contextos e comunicações humanas. O tema, o modo da
comunicação, a forma e o local ou ambiente onde essa comunicação ocorre, são os
elementos básicos da psicanalogia contextual. Se uma pessoa, num determinado
contexto, repete padrões comportamentais ou comunicacionais, então o
psicanalogista deve numa primeira fase procurar os elementos que se repetem,
numa segunda fase, através de uma livre associação de ideias procura analogias entre
os vários elementos comunicacionais que lhe são apresentados pela pessoa, e se
repetem, e confronta-os ou associa-os a conceitos ou ideias próprios do
psicanalogista, numa terceira fase hierarquiza os elementos comunicacionais e
os respectivos conceitos de acordo com o número das analogias encontradas. É na
livre associação analógica, por parte do psicanalogista, que se estabelece uma
comunicação inconsciente a inconsciente, entre a pessoa, emissora de uma
mensagem e o psicanalogista, receptor dessa mensagem. A hierarquização
posterior permite introduzir o consciente no território da comunicação
inconsciente. Qualquer pessoa sabe e reconhece que tem diferentes sentimentos e
emoções face a diferentes pessoas com quem comunica; conhecer os próprios
sentimentos desenvolvidos, as próprias reacções emocionais, permite também
conhecer o outro; a psicanalogia estabelece um método de aquisição desse
conhecimento; primeiro usando a livre associação analógica que estabelece a
comunicação inconsciente e permite adquirir os conceitos análogos e depois a
hierarquização desses conceitos que torna consciente o conhecimento da
informação veiculada na mensagem. De seguida pode, se entender conveniente,
fornecer essa informação ao seu emissor. A psicanalogia torna-se assim um
método de estudo e conhecimento da mente humana.
Doutor
Patrício Leite, 7 de Junho de 2015