AVANÇOS EM MATEMÁTICA ANALÍTICA DA FUNÇÃO DE PATRÍCIO

Introdução
Esta função foi encontrada empiricamente, por Patrício Leite, através de um trabalho mental, cognitivo, que consistiu em realizar sequências de sucessivas subtracções de números potenciais com o mesmo expoente mas ordenados pelos valores decrescentes, contíguos, das suas bases; as sucessivas subtracções foram realizadas até chegar ao último número natural, o qual iguala o resultado do factorial do respectivo expoente; a seguir, num trabalho mental mais generalizado e abstracto, realizou sequências de sucessivas substituições pelos respectivos números potenciais até chegar, em cada caso, a expressões numéricas finais cujos primeiros números de cada termo coincidem com os números dispostos ao longo da linha do triângulo aritmético ou de Pascal, sendo que o expoente corresponde precisamente ao número da linha do referido triângulo. Posteriormente procedeu à generalização dos resultados e designou a expressão algébrica encontrada por relação fundamental de Patrício: nesta relação é estabelecida uma igualdade entre um número factorial e o respectivo polinómio de grau igual a esse factorial traduzida na relação fundamental de Patrício por: n! = a1(n+1)na2nn + a3(n-1)na4(n-2)n + a5(n-3)na6(n-4)n + … ± ± a11n
Sendo que: a1, a2, a3, a4, a5, a6, … a1 são a sequência dos números ao longo da linha do triângulo aritmético ou de Pascal.
Finalmente, com um nível de abstracção ainda maior, esta relação foi generalizada e formalizada numa função, como se segue:

Continuação do trabalho empírico
A análise empírica da estrutura numérica, com as sequências de sucessivas subtracções, mostra várias regularidades ou padrões de repetição cuja disposição dos números constitui conjuntos de triângulos invertidos e, para o caso da função de Patrício, o vértice do triângulo respectivo, é precisamente o último número natural que iguala o valor do factorial do expoente potencial que confere, precisamente, o grau ao respectivo polinómio.
No entanto, qualquer que seja o expoente dos números potenciais, assim como o respectivo triângulo, pois a seguir ao factorial, surge sempre e imediatamente o número zero.
Este número zero surge como resultado de mais uma sequência de subtracções sucessivas, porém, agora entre os factoriais que, por terem todos valor igual, o resultado da operação é precisamente zero.
O novo triângulo, agora formado, tem como vértice o valor zero; no entanto, os triângulos anteriores cujos vértices, foram agora, submetidos à operação de subtracção, tinham como valor, precisamente, o factorial do expoente potencial que confere o grau ao polinómio do respectivo triângulo.
Há mais regularidades ou padrões de repetição: por exemplo, entre vários outros, nota-se que o número de linhas de cada um destes triângulos invertidos depende do valor do expoente cujos números potenciais serviram para iniciar a sequência de subtracções sucessivas; por semelhança com o triângulo aritmético, também nestes triângulos potenciais invertidos é possível calcular os números de uma linha a partir de números anteriores, por outro lado, nota-se em cada linha e coluna, como que, uma presença constante, ou capaz de ser deduzida, do triângulo aritmético, o que não é de estranhar já que, se o triângulo aritmético se forma a partir de sucessivas adições, pois, cada um destes triângulos forma-se a partir de sucessivas subtracções. A diferença sucessiva de uns números em relação a outros, constitui como que uma espécie de derivação, ou primitivação, dependendo do sentido em que se realiza, ao longo das várias linhas sucessivas de cada triângulo, porém, todos os triângulos juntos integram-se num triângulo maior com base nos números potenciais; por sua vez este triângulo ainda se integra num maior, com base nos números factoriais ou produtórios, cada triângulo sempre infinito e integrado infinitamente numa triangularidade de natureza infinita que apresenta várias regularidades ou padrões de repetição entre números e estruturas algébricas e, por isso, faz a ponte entre as matemáticas finitas ou discretas e a análise infinitesimal própria do cálculo matemático da continuidade.   
A função de Patrício, além de uma variável n que se relaciona com o grau dos polinómios respectivos, isto é, o valor do expoente dos números potenciais, e um k que vai permitindo os agrupamentos de subtracções sucessivas, tem também uma variável Z que se refere ao local onde, nos números potenciais, se inicia o triângulo a partir do qual serão efectuadas as operações de sucessivas subtracções matemáticas. 

Generalização dos resultados
A actividade cognitiva, mental, de abstracção e generalização torna-se agora facilitada já que se verifica uma semelhança muito acentuada entre esta estrutura e a anterior relação fundamental de Patrício; na realidade apenas se procede a mais uma sequência de subtracções passando o vértice do triângulo respectivo do valor do factorial para o valor zero e, como a sequência dos números correspondentes aos coeficientes binomiais do binómio de Newton, isto é, a sequência de combinações simples ao longo da linha do triângulo de Pascal, passa para a linha seguinte do referido triângulo, pois também a generalização da fórmula terá de assumir, no expoente da parte correspondente aos grupos de arranjos com repetição, um valor inferior, isto é, de menos uma unidade; surge assim uma fórmula e função generalizada, de Patrício, a assumir novos valores com nova estrutura algébrica designada:
 
Análise e interpretação preliminar dos resultados
Aquilo que se verifica com o valor n – 1 é a passagem da sequência dos valores correspondentes às combinações simples do triângulo aritmético, ou de Pascal, ao longo da linha n para a sequência desses valores ao longo da linha seguinte, ou seja a linha n + 1, mantendo-se sempre a estrutura da função de Patrício. Portanto, mantém-se a estrutura geral do triângulo de Pascal, mantém-se a estrutura geral da função de Patrício, apenas se alteram os valores da sequência de combinações simples, já que esta sequência passa para a linha seguinte do referido triângulo aritmético. 
Se agora for realizada mais uma sequência de sucessivas subtracções dos vértices destes triângulos cujo valor é igual a zero; isto é zero menos zero, pois a estrutura da função de Patrício mantém-se porém com algumas alterações que consistem em novamente os números iniciais de cada termo do respectivo polinómio, ou seja os respectivos coeficientes de cada termo do polinómio, passarem agora a corresponder à sequência das combinações simples ao longo da linha que se segue no triângulo aritmético, ou de Pascal.
Portanto, parece que conforme se vão subtraindo valores dos vértices de pequenos triângulos constituintes do grande, e infinito, triângulo de Patrício, formado pelos números potenciais dispostos sequencialmente, em linha, pelos valores das suas bases, assim vão surgindo alterações na função de Patrício correspondentes às linhas do triângulo de Pascal; esta subtracção de valores, estas diferenças sucessivas, estas variações de uma em relação à outra, ou seja, o modo como uma varia com a variação da outra, constituem, como que, uma espécie de derivação versus primitivação da função de Patrício.   

Derivadas e primitivas da função de Patrício
Considerando as permutações como um caso particular dos arranjos, ambos dependentes da ordem e as combinações como interacções onde a ordem não intervém, conclui-se, pela interpretação da função de Patrício que, filosoficamente, esta trata de uma interacção entre relações ordenadas e relações não ordenadas. Na realidade, nesta função, o componente potencial, ou exponencial, diz respeito aos arranjos com repetição e o componente constituído pelos coeficientes do binómio de Newton diz respeito às combinações simples traduzidas no triângulo aritmético, ou de Pascal; assim, a sucessiva variação da sequência de combinações simples, da linha do triângulo de Pascal, que passa para a sequência da linha seguinte, conforme se varia o expoente da função de Patrício parece corresponder como que a um modo de derivação ou, por função inversa, primitivação da função de Patrício.
Por conseguinte, se por este modo de variação, ou derivação sucessiva se retira sucessivamente valor ao expoente potencial da função de Patrício ficando n – 1 , n – 2 , n – 3 , …, n – p , pois por este modo de primitivação sucessiva, também irão ser sucessivamente acrescentados valores ficando n + 1 , n + 2 , n + 3 , …, n + p. Portanto, o modo como estas partes, ou componentes parciais, da fórmula ou função, variam em relação, ou com a variação das restantes, constitui a derivação versus primitivação da função de Patrício.

As variáveis da função em relação com a derivação e a primitivação
Em termos da análise combinatória as variáveis têm significado diferente conforme o lugar que ocupam na expressão algébrica; as variáveis n e k referentes aos coeficientes binomiais têm um significado sobejamente conhecido, tanto em relação com as combinações simples como integradas no triângulo aritmético; por outro lado, se integradas na expressão potencial já se referem aos arranjos com repetição, podendo variar o tamanho do conjunto considerado, ou então, o número de elementos escolhidos para efectuar os arranjos; a variável Z faz variar o tamanho do conjunto considerado para os arranjos mas não tem repercussão no resultado final já que funciona como um modo de designar filamentos que definem onde começam, e terminam, os conjuntos de elementos considerados para os arranjos. Portanto, se numa interpretação filosófica as derivadas e primitivas, da função de Patrício, se referem ao modo como a ordem e a não-ordem se inter-relacionam na variação recíproca, pois enquanto consideradas como variáveis matemáticas, que são três: n, k e Z; já permitem encontrar derivadas e primitivas com outros significados.        

Discussão preliminar dos resultados
Habitualmente pensa-se que a análise combinatória apenas diz respeito às matemáticas discretas, ou finitas, e a análise matemática se refere à continuidade das funções; acontece que a questão do finito e infinito, continuidade e descontinuidade tem de ser considerada do ponto de vista relativo, pois como se constata a função de Patrício admite zeros e continuidade infinita; portanto, como já foi antes afirmado, ela faz a ponte entre as matemáticas finitas ou discretas e as matemáticas infinitas da continuidade.

A triangularidade de Patrício
Conceber vários triângulos, sempre em conexão com os anteriores faz, numa abordagem superficial do pensamento e reflexão humana, pensar em fractais triangulares. Na realidade estas formas triangulares de fractais já foram pensadas antes, porém apenas incluídas na relação com o triângulo aritmético, ou de Pascal. A triangularidade de Patrício é mais abrangente, por um lado, ainda que assumindo a forma de fractais, pois, coloca o triângulo infinito de Patrício fora do de Pascal enquanto que os fractais triangulares já concebidos pelo pensamento humano até ao presente, têm colocado os fractais triangulares dentro do triângulo de Pascal; ora na realidade, é o triângulo de Pascal que se insere, que se encaixa, como um fractal, no mais vasto triângulo de Patrício e nunca o inverso, porém, a triangularidade de Patrício vai ainda mais longe ao assumir vários triângulos de Patrício, assim como os triângulos geométricos e os triângulos factoriais ou produtoriais numa, cada vez, mais vasta triangularidade.     

Conclusão     
É de considerar que a função de Patrício, e os raciocínios que lhe deram origem, vêm oferecer novas interpretações para a teoria dos números. A actual visão relativa à análise de funções, como as funções exponenciais e logarítmicas, no conjunto dos números reais terá de ser ligeiramente alterada, mantendo-se no entanto a coerência da sua estrutura interna; no entanto, para o caso dos números complexos, a sua estrutura terá de ser substancialmente alterada; na realidade a manutenção da sua actual estrutura consistirá apenas numa pura “birra” conceptual, dos matemáticos da actualidade, já que a sua alteração no sentido de abranger um conjunto numérico muito mais vasto, assim como maior facilidade no cálculo e realização de operações matemáticas, será facilitada a partir de alterações provenientes da compreensão da função de Patrício. A utilidade prática que o actual uso dos números complexos têm, na física, engenharias e outras áreas do saber e da actividade humana, será mantida porém a proposta de alterações a este corpo numérico irá criar uma maior abrangência teórica capaz de explicar facilmente fenómenos como as raízes quadradas de números negativos, mas também outros cálculos ainda nem sequer ponderados pelas actuais matemáticas da complexidade.
Doutor Patrício Leite, 16 de Setembro de 2018