No curto-médio prazo vai aparecer uma bactéria resistente a todos os antibióticos que a humanidade tem para o combate. Entre outras características, será uma bactéria causadora de infecções actualmente frequentes e que se reproduz muito rapidamente, isto é, o seu curto ciclo de vida permite-lhe adquirir mutações adaptativas que lhe facilitam a resistência aos antibióticos. A actual politica do antibiótico está vocacionada para que as autoridades competentes, aprovem a comercialização de todos. Esta atitude favorece a bactéria. As medidas de combate deveriam passar por aprovar apenas alguns antibióticos eficazes e deixar outros, também eficazes, de reserva. Quando surgissem resistências aos que estivessem a ser comercializados; estes seriam periodicamente retirados do mercado e outros introduzidos. O ciclo pausa-comercialização-pausa-comercialização seria altamente eficaz no combate ás resistências que as bactérias estão a desenvolver. A visão dualista aqui expressa permite substituir a carga que as autoridades fazem sobre os médicos para não prescreverem antibióticos, com prejuízo dos doentes, por uma politica racional em que os doentes ganham e as bactérias perdem.
Doutor Patrício Leite, 10 de Fevereiro de 2012
