A ansiedade, também chamada de angústia, é um
sentimento caracterizado por uma sensação de receio, temor, desespero,
insegurança ou medo. A natureza da ansiedade é o medo, mas não um medo
qualquer. Essencialmente, a condição sine
qua non da ansiedade é um medo sem objecto, é um medo em que não está
presente o objecto que o causa, e por isso, ela se relaciona temporalmente com
o futuro, é uma antecipação do futuro, é trazer para o presente o medo de um
acontecimento não desejado, que poderá vir a ocorrer no futuro, uma antecipação
dolorosa. A ansiedade é o principal sintoma das perturbações mentais, está para
as doenças mentais como a dor para as doenças corporais. É tão predominante que
se chegam a definir doenças com base neste sintoma como, por exemplo, as fobias
a perturbação de pânico e a ansiedade generalizada, mas também existe, em maior
ou menor grau, em todas as outras doenças mentais, no entanto, nem todo o
sentimento de ansiedade significa doença. Todas as pessoas têm ansiedade e a
grande maioria não é, por isso, doente mental. A ansiedade, até um certo nível
é benéfica, permite que a pessoa se adapte aos desafios e exigências da luta
pela vida, a partir daí, quando se torna paralisante e incapacitante, então
torna-se doentia ou patológica. Numa perspectiva evolucionista, a ausência de
ansiedade também é doentia, pois impede a adaptação na luta pela vida. O
sentimento de ansiedade acarreta uma polaridade emocional negativa, cujo
sentimento oposto é a fé, segurança, confiança ou esperança. Doutor Patrício Leite, 17 de Junho de 2014