É do senso comum que se nos
afastarmos de um objecto as suas dimensões observadas (altura, largura e
profundidade) se tornam cada vez menores. Este fenómeno é válido para o sentido
da visão mas também para a intensidade sonora, irradiação térmica ou qualquer
outra característica física desse objecto. Este fenómeno pode ser captado e
registado por instrumentos como máquinas fotográficas, câmaras de filmar,
gravadores de som, entre tantos outros. Trata-se pois de um dado objectivo que
pode ser registado e reproduzido por instrumentos ou aparelhos. Pode-se pois
afirmar que o volume ou o espaço tridimensional de um objecto observado diminui
quando aumenta a distancia entre o observador e esse objecto.
Seja a seguinte demonstração, já
muito conhecida:
Pela aplicação de um instrumento
óptico, consistindo de uma câmara escura com orifício, chegamos a uma função
matemática pela qual a relação entre o volume ou tamanho de um objecto e a sua
imagem, captada na câmara escura, é igual á relação entre a distância do objecto
ao orifício da câmara e a distância deste orifício á parede da câmara. Agora,
se considerarmos que para um mesmo instrumento de medida a distancia entre o
orifício da câmara e a imagem é sempre igual e que, por absurdo, o tamanho do
objecto também é sempre igual então surge uma função matemática que relaciona
quantitativamente o tamanho da imagem com a distância ao seu objecto. T = K/I (
T-Tamanho ou volume do objecto; K-Constante para cada instrumento de medida;
I-Tamanho da imagem).
A demonstração acabada de realizar para instrumentos
ópticos, poderia ser efectuada com qualquer outra característica, grandeza ou
fenómeno físico do objecto, como aparelhos acústicos, térmicos etc. apenas se
requer que a característica ou grandeza em avaliação permita relacionar o
tamanho ou volume de um objecto ou imagem com a sua distancia ao observador. A
distância mede-se em metros e o volume em metros cúbicos e ambos constituem
medições de uma entidade física que é o espaço. Como apenas existem imagens, já
que um objecto real não existe sem pelo menos um observador que o capte,
conclui-se que o espaço tem uma certa elasticidade e uma viscosidade que o leva
a diminuir ou aumentar as três dimensões de uma imagem sempre que uma dessas dimensões
é alterada por aproximação ou afastamento ao observador.
Assim, quando á noite observamos
o céu, os pontos luminosos ou estrelas que cá na terra captamos, têm realmente
essas dimensões minúsculas e se, numa nave espacial nos deslocassemos até uma
dessas estrelas, o seu aumento de tamanho apenas corresponderia ao empurrar do
espaço a nossa frente, enquanto nos aproximávamos dessa estrela. Com a nossa
aproximação esse espaço iria-se tornando mais curto, mais denso e por isso a
estrela aumentaria de tamanho. É isto que explica a teoria da densidade do
espaço. Doutor Patrício Leite, 19 de Janeiro de 2014